Porto, 23 Out (Lusa) - O director do Museu de Arte Contemporânea de Serralves (MACS) afirmou hoje, no Porto, que "uma estátua honesta é muitas vezes mais interessante que as intervenções abstractizantes que se vêem pelas rotundas de Portugal".
Aquele responsável considera que, na maior parte dos casos, estas intervenções, que muitas vezes se limitam a "um conjunto de calhaus ao alto", são "de muito duvidosa qualidade", pelo que mais valia que a decoração daqueles espaços tivesse sido deixada aos cuidados dos jardineiros municipais.
João Fernandes falava durante um debate sobre "Arte Pública em Portugal", realizado hoje na Casa de Serralves, no Porto, a propósito da comemoração do 10º aniversário do lançamento do Prémio Tabaqueira de Arte Pública.
O crítico de arte João Pinharanda concordou com a crítica de João Fernandes e referiu que, há poucos anos, fez uma ronda pelos municípios da cintura industrial de Lisboa para fazer uma avaliação aos muitos monumentos ao 25 de Abril que por ali abundam.
"Na realidade são muito, muito maus", afirmou.
O escultor Alberto Carneiro considerou, a este propósito, que "são muitos os exemplos em Portugal de obras de arte pública sem qualquer dignidade".
Insurgiu-se também contra a instalação de obras de arte em rotundas, considerando que "uma obra de arte numa rotunda é uma inutilidade".
"As obras de arte são para as pessoas fruírem, para conviverem o mais proximamente possível com elas, para se encostarem nelas", defendeu.
Deu como exemplo de boa prática no campo da arte pública os simpósios de escultura de Santo Tirso, que têm permitido àquela cidade reunir em pouco tempo uma espólio "valiosíssimo espólio de arte pública" de autores nacionais e internacionais.
A académica Lúcia Matos referiu que esta situação deriva, em parte do facto de, em Portugal, não existirem, como existem noutros países, entidades especializadas na mediação entre as autarquias, que encomendam as obras, e os artistas.
Na ocasião, foi também lançado o livro "7 Artistas, 7 Paradigmas, Prémio Tabaqueira", em que João Pinharanda faz um balanço do "Prémio Tabaqueira de Arte Pública".
Esta obra dá a conhecer as sete obras premiadas, cinco das quais já estão construídas, da autoria de João Pedro Croft (Sintra), Richard Serra (Fundação de Serralves, Porto), Fernanda Fragateiro (Angra do Heroísmo), Didier Fiúza Faustino (Castelo Branco) e Pedro Cabrita Reis (Coimbra).
As outras duas obras premiadas são projectos de Joana Vasconcelos (para o largo da Academia das Belas Artes em Lisboa) e de Alberto Carneiro, para a estrada da Malveira da Serra, entre Cascais e Sintra.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008
Fonte: RTP
Aquele responsável considera que, na maior parte dos casos, estas intervenções, que muitas vezes se limitam a "um conjunto de calhaus ao alto", são "de muito duvidosa qualidade", pelo que mais valia que a decoração daqueles espaços tivesse sido deixada aos cuidados dos jardineiros municipais.
João Fernandes falava durante um debate sobre "Arte Pública em Portugal", realizado hoje na Casa de Serralves, no Porto, a propósito da comemoração do 10º aniversário do lançamento do Prémio Tabaqueira de Arte Pública.
O crítico de arte João Pinharanda concordou com a crítica de João Fernandes e referiu que, há poucos anos, fez uma ronda pelos municípios da cintura industrial de Lisboa para fazer uma avaliação aos muitos monumentos ao 25 de Abril que por ali abundam.
"Na realidade são muito, muito maus", afirmou.
O escultor Alberto Carneiro considerou, a este propósito, que "são muitos os exemplos em Portugal de obras de arte pública sem qualquer dignidade".
Insurgiu-se também contra a instalação de obras de arte em rotundas, considerando que "uma obra de arte numa rotunda é uma inutilidade".
"As obras de arte são para as pessoas fruírem, para conviverem o mais proximamente possível com elas, para se encostarem nelas", defendeu.
Deu como exemplo de boa prática no campo da arte pública os simpósios de escultura de Santo Tirso, que têm permitido àquela cidade reunir em pouco tempo uma espólio "valiosíssimo espólio de arte pública" de autores nacionais e internacionais.
A académica Lúcia Matos referiu que esta situação deriva, em parte do facto de, em Portugal, não existirem, como existem noutros países, entidades especializadas na mediação entre as autarquias, que encomendam as obras, e os artistas.
Na ocasião, foi também lançado o livro "7 Artistas, 7 Paradigmas, Prémio Tabaqueira", em que João Pinharanda faz um balanço do "Prémio Tabaqueira de Arte Pública".
Esta obra dá a conhecer as sete obras premiadas, cinco das quais já estão construídas, da autoria de João Pedro Croft (Sintra), Richard Serra (Fundação de Serralves, Porto), Fernanda Fragateiro (Angra do Heroísmo), Didier Fiúza Faustino (Castelo Branco) e Pedro Cabrita Reis (Coimbra).
As outras duas obras premiadas são projectos de Joana Vasconcelos (para o largo da Academia das Belas Artes em Lisboa) e de Alberto Carneiro, para a estrada da Malveira da Serra, entre Cascais e Sintra.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008
Fonte: RTP