sexta-feira, 20 de junho de 2008
São Tomé e Príncipe - A Bienal
quarta-feira, 18 de junho de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
Escolas exigem saber de doenças
Este assunto intriga-me... estes direitos que todos temos. Há uns anos exigia-se a prova de tuberculina para qualquer função pública, e com isso erradicou-se a tuberculose. E estávamos seguros de que podíamos ir a qualquer sítio, por exemplo comer descansados. ( Estou , claro que a exagerar) Acabou-se com isso e o que está a acontecer? Casos de tuberculose por todo o lado. Nas escolas juntam-se centenas de crianças, convivendo entre eles e com os profissionais que trabalham nas escolas. Parece-me que toda a gente quer uma população saudável, a aprender saudavelmente, a conviver saudavelmente... não é? Pois é... os Pais e médicos deviam era andar indignados com a falta de condições higiénicas, com rastreios que não se fazem, com as crianças que não têm apoio familiar, que vivem em condições de desigualdade de oportunidades, sem higiene oral, com a gravidez das menores, etc, etc... è claro que se uma criança tem uma doença infecto contagiosa não deve nem pode frequentar a escola. Isso é discriminação? Quando tratada, em tratamento ou curada volta à escola. A escola já é discriminadora em muitos campos e ninguém se preocupa...
"Parem lá com o medo", diz Pinto Monteiro
A questão do fim da impunidade é cara a Pinto Monteiro. Durante a audiência lembrou que em tempos recebeu uma carta de um professor, afirmando que "a única lei que existe em Portugal é a lei da impunidade". E que foi esta afirmação que o levou a dizer em Março passado que era uma prioridade acabar com a violência escolar e com todos os tipos de violência e que as situações tinham de ser denunciadas. "O meu objectivo é diminuir o sentimento de impunidade. É criar a noção de que quem comete ilícitos pode ser apanhado e julgado", referiu hoje.
Para o PGR, a mediatização das suas palavras levaram a que recebesse muito mais denúncias de professores, pais e alunos das situações mais variadas ocorridas nas escolas. Apesar de não ter dados estatísticos para apresentar aos deputados, Pinto Monteiro "pensa que os casos de violência diminuiram", porque "quando há consciência, o ilícito diminui".
"Parem lá com o medo" foi a mensagem que pretendeu passar, referindo-se a que "o limite das queixas vinha do medo de represálias, do medo de desprestigiar as escolas e do medo de serem inspeccionados a nível superior". Por isso, reforçou que é importante os conselhos executivos das escolas denunciarem as situações.
Frisando que há que distinguir o que é indisciplina do que é violência, Pinto Monteiro afirmou que o ministério público não tem que punir questões disciplinares: "Longe de mim tal ideia!". Mas referiu que se um aluno partir a cabeça a um professor com uma cadeira ou lhe riscar o carro, a situação deve ser participada: "um ilícito criminal é um ilícito criminal, seja numa escola ou num café".
Esta audição inseriu-se num conjunto de trabalhos desenvolvidos pela Comissão Parlamentar de Educação sobre a violência nas escolas. Os trabalhos começaram em 2007 e terminam na próxima terça-feira com a audição da ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues, no Parlamento.
Arte Articulada
A antiga Fábrica da Cerveja, em Faro, a Mina Campina de Cima e o Convento de Santo António, ambos em Loulé, ganharão nova vida este Verão com as intervenções de cerca de trinta artistas contemporâneos inseridas no programa ALLGARVE 08.
Espaços históricos que perderam há muito a sua época áurea, progressivamente abandonados por terem sido desactivados, vão ser agora palco do projecto "Articulações", comissariado por Nuno Faria e produzido pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves, que reúne um conjunto de artistas convidados a realizar intervenções específicas inspiradas na história, memória, materialidade, presença e uso desses lugares.
André Carvalho, Ângelo de Sousa, Sérgio Taborda, Dan Perjovschi, Fernanda Gomes, António Bolota, Leonor Antunes, Ricardo Jacinto, Thierry Simões, Hugo Canoilas, Phil Niblock, Ian Kiaer, João Queiroz, Raimond Chaves e Gilda Mantilla são alguns dos cerca de trinta artistas representados nesta exposição que se divide entre a Fábrica da Cerveja, a Mina Campina de Cima e no Convento de Santo António.
"Articulações" está inserida no programa de sete exposições de arte contemporânea da 2ª edição do programa ALLGARVE, com um total de 59 artistas portugueses e estrangeiros que mostrarão as suas obras até Setembro nos municípios de Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Portimão e Albufeira, em quinze espaços tão diversos como praias, o aeroporto de Faro, antigas fábricas, monumentos e centros culturais.
A antiga Fábrica da Cerveja, onde se concentra o trabalho da maioria dos artistas do projecto "Articulações", foi originalmente uma fortaleza militar, tendo sofrido mudanças na arquitectura ao longo dos tempos, consoante o uso a que se destinava, e foi progressivamente abandonada.
No edifício, os artistas estão a ultimar intervenções em desenho, pinturas murais, vídeo e som, exprimindo as suas abordagens sobre a arquitectura e história do espaço, que já foi usado no ano passado, na primeira edição do ALLGARVE, para receber exposições de obras provenientes da colecção do Museu de Arte Contemporânea de Serralves.
A fábrica, a mina e o convento "têm em comum o facto de não estarem configurados para receber arte, e é isso que os liga", disse à Agência Lusa o comissário do projecto, durante uma visita a uma semana da abertura da exposição.
Os diferentes espaços da Fábrica da Cerveja, alguns com as paredes descarnadas que mostram vestígios das antigas muralhas da cidade, estão a ser ocupados pelas instalações dos artistas, entre elas a de António Bolota, que concebeu um pilar de pedras de mármore branco com 16 metros, que liga o chão ao tecto, provocando um grande impacto visual no visitante.
Nuno Faria apontou que os artistas "ficaram muito entusiasmados com o projecto e a escolha dos espaços de intervenção foi feita com grande harmonia".
Fernanda Gomes está a montar a sua instalação numa das muitas divisões da fábrica e confessou sentir-se fascinada "pela beleza rejeitada" de espaços com história e memória que perderam o seu uso e foram ficando degradados.
A artista brasileira está a usar na sua instalação a terra que cai das paredes, areia, pedras e bocados de madeira que encontra durante os seus passeios pela zona antiga de Faro.
João Maria Gusmão e Pedro Paiva é a dupla de artistas responsável pela intervenção na Mina Campina de Cima, em Loulé, parte do projecto Abissologia recentemente inaugurado com uma exposição realizada na Cordoaria Nacional, em Lisboa.
Os visitantes são convidados a descer a centenas de metros de profundidade, onde podem avaliar o movimento milenar da terra, as estalactites de sal, filmes e instalações produzidas pelos artistas propositadamente para o espaço.
No Convento de Santo António, também em Loulé, Rui Moreira e Rui Sanches usaram desenhos e esculturas de vários períodos do seu trabalho, a par de novas intervenções nos claustros do edifício, nos quais abordam as dimensões sagradas e profanas, a história e memória do espaço, Com uma programação de 65 eventos nas áreas da arte contemporânea, música, desporto e gastronomia, o ALLGARVE 08 é promovido em conjunto pelo Turismo de Portugal, pela Região de Turismo do Algarve e pelos municípios algarvios.
Ciência e arte
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão [15/06/2008]
A concepção de arte científica, cunhada por Hervé Fischer em La societé sur le divan (2007), é por analogia um novo conceito semelhante ao que deu origem às expressões arte expressionista, conceitual, abstrata e sociológica que surgiram com o aparecimento e avanços nas áreas da psicologia, psicanálise e sociologia. Assim como a arte impressionista surgiu dos novos conceitos sobre a teoria da óptica newtoniana aplicada à decomposição das cores. A criação da arte cientifica no fim do século passado e no início do terceiro milênio é o resultado de uma tendência que eclodiu em virtude da influência do desenvolvimento científico e tecnológico, especialmente da aplicação da informática. A nova metáfora mística que se projeta na arte é a mesma daquela das ciências como a biotecnologia, engenharia genética, inteligência artificial e a cibernética que inspirou e ainda provoca um enorme impacto na mente criativa da maior parte dos artistas. Na realidade, a nova ciência com suas aplicações tecnológicas parece ser uma das aventuras que despertou um dos períodos de maior criatividade no ser humano.
Os mitos de que a arte e a ciência, além de não se misturarem entre si, estavam em completa oposição, surgiram, como uma influência de alguns iluministas, por volta do fim do século XVIII. No entanto, no passado, a arte e a ciência, ambas estavam tradicionalmente muito mais integradas entre si do que na atualidade. Um exemplo daquela época é a figura de Leonardo da Vinci (1452-1519), reconhecido como um homem da ciência, da tecnologia e da arte. Na verdade, a arte e a ciência constituíam uma das facetas do realismo. Todavia, o racionalismo iluminista, oriundo da renascença européia, transformou-se em um dispositivo mental restritivo, redutor e simplificador que implicava uma recusa à sensibilidade, à imaginação e à subjetividade, muito longe do que caracteriza a arte contemporânea. De início, a arte clássica adotou as mesmas restrições, estabelecendo parâmetros e equações geométricas entre o belo, o verdadeiro e o bem. Essa postura favoreceu as convenções artísticas em todas as suas formas, desde a pintura, escultura, música e literatura que impunham o controle da razão sobre a imaginação. No entanto, Johann Goethe (1749-1832), ao mesmo tempo poeta e naturalista, foi uma primeiras das mentes criativas e/ou inovadoras - entre os mais notáveis da sua época - que não reconheceram essa oposição entre a arte, a ciência e a tecnologia. No século XIX, com o romantismo europeu, o poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891), o escritor inglês Lewis Carroll (1832-1898) e o filósofo alemão Nietzsche (1844-1900) foram os que se lançaram em oposição ao racionalismo restaurando os valores da imaginação e do sonho, pelo menos nas artes.
Durante um longo intervalo de tempo, a ciência e a tecnologia e a arte se separam progressivamente numa posição antagônica e preconceituosa. A insurreição do dadaísmo, do surrealismo da arte abstrata associou-se em oposição a uma separação da arte e da ciência. A ciência que tinha colocado como uma posição inquestionável a importância do realismo e do racionalismo na arte, reconhecendo como a mais representativa a arte clássica, em especial com referencia à física e à biologia, ao rever a sua posição de intolerância às novas idéias, impôs um retorno dos valores da imaginação científica para enfrentar os desafios da imaginação, da incerteza, da lógica indeterminista, da descontinuidade, das leis do caos e dos sistemas em dissipação, do pensamento não linear etc. Atualmente, a arte e a ciência se reassumiram uma coexistência em vários aspectos.
Este texto é um resumo da palestra proferida pelo autor durante o Caleidoscópio - Astronomia e Arte, que aconteceu no Sesc, em Curitiba, no último 30 de maio.
Áreas distintas se inspiram mutuamente
Ainda que os métodos da ciência e da arte se oponham tradicionalmente entre si, verificamos que a maior parte dos artistas se interessa na programação computadorizada, a digitalização e a inteligência artificial como instrumento de inspiração e criação. Convém lembrar que em meados do século XX, o filosofo francês Gaston Bachelard (1884-1962), em Le nouvel esprit scientifique (1963), ao sentir o movimento renovador do espírito científico, previu essa aproximação. Poderíamos aqui falar de vários artistas-pesquisadores preocupados com a arte, a tecnologia e a ciência.
O mesmo ocorre inversamente com vários cientistas, tais como: o astrofísico francês Jean Pierre Luminet (1951-), o cosmólogo budista de origem vietnamita Trinh Xuan Thuan (1948-), assim como o biólogo belga Christian de Duve (1917-), prêmio Nobel da Medicina, que têm assumido, publicamente, essa aproximação, seja entre as atividades dos artistas e dos poetas. Por outro lado, constatamos também que a ciência se aproxima sistematicamente da visualização gráfica para representar seus objetos de estudos. Esse novo movimento artístico emerge não somente de uma relação cultural com a ciência, sobretudo humana, mas se volta para as ciências mais inovadoras e exploradoras do universo da vida. Os cientistas do início do século XX eram interessados na aplicação da psicanálise na arte surrealista; a psicologia na arte abstrata; a psiquiatria na arte dos “doentes mentais”; a lingüística e a epistemologia na arte conceitual; a sociologia e as ciências da comunicação na arte sociológica; a etnologia nas artes primitivas.
Hoje, a maioria se volta para as ciências chamadas exatas, tais como a física quântica, as matemáticas, as linguagens programadas e os algoritmos, as pesquisas biológicas e as manipulações genéticas, as simulações e modelizações virtuais do espaço, dos objetos, a tele-presença, a nanotecnologia, a neurologia. A partir de agora, os artistas se ocupam das artes matemáticas, da bioarte, da espaçoarte ou arte espacial, da arte ambiental, da arte telemática, da arte do caos etc. A transdiversidade cultural parece conduzi-los às barreiras e as mídias emergentes das inovações técnico-científicas. Convém salientar a exigência de um maior rigor em certas formas de arte, às vezes equivalente à do mundo da ciência. Esses métodos e atitudes parecem diferentes; mas o questionamento em relação ao mundo e à vida conduzem tanto os artistas quanto os cientistas a uma mesma visão do cosmo. (RRFM)
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é astrônomo, autor de mais de 85 livros.
Emma Hack - body art
Dixieland em Cantanhede 2008
mais uma festa sem retorno cultural e quase sem assistência da população....com chuva, menos gente e menos grupos participantes mas sempre colorida...!
ALWAYS DRINKING MARCHING BAND
THE JUGGETS JAZZ BAND