sábado, 29 de março de 2008

Robots artistas

Certamente você já deve ter se deparado com um daqueles artistas que desenham o retrato de pessoas que transitam pelos mais diversificados locais.
Agora, vai chegar um dia que você não mais se espantará quando ver um robô fazendo esta tarefa.
Estranho não? Mas a equipe da RobotLab desenvolveu um robô capaz de desenhar rosto de pessoas no método tradicional: Com uma caneta e um quadro branco.
Tudo o que é preciso, é a pessoa sentar-se no banquinho e não se mexer muito (procedimento padrão para uma pintura com desenhistas), e então, os “olhos” do robô identificam na imagem capturada o rosto do “modelo” e dá inicio ao desenho.
Ele é capaz de identificar as características pessoais da pessoa, e em um estilo próprio, ele processa os traços característicos que formam a imagem da pessoa, reproduzindo na tela de pintura o desenho do indivíduo. Ao finalizar o quadro, com suas próprias mãos, ele pega a obra e mostra para os espectadores.
É notável que sua agilidade ainda está longe em relação a de um artista de carne e osso, mas sua habilidade em questão garante um quadro que se possa pendurar na parede da sala de estar.

Informática ao serviço da arte - Artista artificial

São pixéis, milhões de pixéis. Juntos formam obras de arte criadas pelo NEvAr, um artista artificial desenvolvido ao longo dos últimos dez anos no Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Mas não será uma contradição falar-se de artista artificial? Um artista não é um criador, espontâneo e, por isso, natural?
Na verdade, e embora o tema não seja consensual, a evolução da ciência tem permitido que arte e tecnologia se aproximem. O NEvAr (Neuro Evolutionary Art), exemplo disso, é um programa informático que permite produzir obras de arte em computador baseadas no código genético de seres vivos.
O sistema começou a ser desenvolvido em 1997 por Penousal Machado e Amílcar Cardoso, no Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade de Coimbra, e contou, nos últimos anos, com o contributo de cientistas da Universidade da Corunha. Trata-se de um programa informático constituído por dois módulos: um Criador, com capacidade para originar um imenso conjunto de imagens, e um Crítico, cujo papel pode ser desempenhado por uma rede neuronal ou com a intervenção do utilizador.
'O Criador é ‘cego’. Não tem qualquer conceito de arte, tem é a capacidade de se adaptar às preferências do Crítico e também de criar novas imagens', diz o coordenador do projecto, Penousal Machado. Já o Crítico 'pode ser artificial, isto é, um sistema computacional que consiga fazer certo tipo de juízos estéticos e, como tal, guiar a ferramenta autonomamente, ou um ser humano'. Do ponto de vista teórico, o Criador 'tem capacidade de gerar qualquer imagem: uma fotografia, um quadro de Van Gogh, imagens abstractas…'
O NEvAr baseia-se em algoritmos de inspiração biológica. 'Tal como na Natureza, há, ao longo do tempo, recombinação do código genético das imagens e um mecanismo de avaliação que permite que os programas mais aptos, segundo as preferências do utilizador, tenham mais probabilidade de sobreviver', afirma.
'Assumimos a natureza digital e artificial da obra, o pixel', diz Penousal Machado. 'Não pretendemos substituir os artistas nem os críticos de arte. O nosso objectivo é antes tornar o computador um veículo para a expressão artística e fazer da programação um instrumento para a produção de arte', revela. As obras de arte feitas de pixéis abrem caminho à área da criatividade artificial, numa altura em que a inteligência artificial é uma realidade bem aceite.
O sistema tem três modelos de funcionamento: interactivo, semi-autónomo e autónomo. No primeiro, o utilizador pode guiar a obra; no segundo, há uma interacção entre a orientação do utilizador e o computador; e no modo autónomo, o computador cumpre todo o processo. Para que a máquina pudesse fazer juízos estéticos, os investigadores programaram a aplicação com dois conjuntos de imagens: um de pintores famosos (Van Gogh, Picasso, Dalí ou Monet) e outro com imagens produzidas aleatoriamente em computador, e ‘ensinaram’ o sistema a distinguir entre ambos.
FICHA TÉCNICA
Nome: NEvAr (Neuro Evolutionary Art)
Ano de criaçãO: De 1997 a 2008
Produto: Software
Internet: http://eden.dei.uc.pt/~machado/NEvAr/Site.htm
Investigadores: Penousal Machado e Amílcar Cardoso, do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e uma equipa de investigadores da Universidade da Corunha
Exposições: O NEvAr já expôs as suas obras nos EUA, em Espanha, Hungria, Itália, Rússia, entre outros países
Custos: Não contabilizados
PROJECTOS EM VÁRIAS ÁREAS
No Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC) estão em curso projectos em áreas tão diversas como Bioinformática, Informática Médica e Computação Ubíqua. Fundado em 1991, tem nove áreas de pesquisa (Ciência dos Computadores, Inteligência Artificial, Simulação e Informação, Tecnologias da Educação, Computação Adaptativa, Sistemas Confiáveis, Comunicações e Telemática, Bases de Dados, Sistemas de Informação e Sistemas Complexos e Evolucionários) e 150 investigadores, colaborando com a NASA, a Agência Espacial Europeia ou a Microsoft.
PROCESSOS
AUTOMÁTICO
Imagem gerada em modo automático, isto é, com o Criador baseado em programação genética e o Crítico baseado em redes neuronais artificiais, treinadas para distinguir entre um conjunto de imagens de autores famosos e um conjunto de imagens de menor valia estética.
DEMORADO
Imagem criada em modo interactivo. O utilizador assumiu o papel de Crítico, guiando o processo evolutivo. Esta obra implicou entre 50 a 100 populações, o que corresponde a cerca de duas horas de interacção com a ferramenta.
UTILIZADOR
No modo interactivo, o utilizador vai pontuando as imagens apresentadas pelo sistema e a partir desse juízo o NEvAr cria outras imagens e assim sucessivamente até se chegar à obra pretendida.
'NÃO É O FIM DOS ARTISTAS' (Penousal Machado, coordenador do projecto NEvAr)
CM – Esta ferramenta não poderá significar o fim do artista ou da obra de arte?
PM – Não é o fim dos críticos de arte nem dos artistas. O objectivo não passa por aí, mas por estudar as questões que estão relacionadas com a estética, a criatividade e a inteligência.
CM – Que aplicações, além da criação de imagens, tem este programa?
PM – As principais aplicações deste programa situam-se ao nível do crítico de arte artificial, que permite fazer a classificação automática de imagens, pesquisas de imagem baseadas nas características estéticas e poderá ser usado, por exemplo, em museus. Depois tem aplicações na área da fotografia, podendo funcionar como um sistema de aconselhamento que ajuda o utilizador a obter a melhor imagem.
CM – Está prevista a comercialização do NEvAr?
PM – Essa possibilidade só fará sentido no âmbito de um projecto financiado, porque tem custos elevadíssimos, mas é uma hipótese que estamos a explorar.
Cátia Vicente

Ver também Leonel Moura

quinta-feira, 27 de março de 2008

Indisciplina e violência nas escolas II


É fantástico como o Ministério na pessoa do Senhor Secretário Valter Lemos demonstra total desorientação nas suas decisões. Veja-se como de ânimo leve diz que as escolas podem, se tiverem casos graves de indisciplina contratar psicólogos e mediadores de conflitos. Trata-se de uma «resposta na hora» para um vídeo que surgiu no You Tube, um site que permite a colocação e visualização de pequenos filmes aos seus utilizadores. Será que não percebem que não é depois de acontecerem os problemas que se resolve esta questão da indisciplina? Não estão as escolas há muito à espera de mais técnicos, Psicólogos, Assistentes Sociais, Auxiliares de Acção educativa e os tais mediadores de conflitos, mas para resolver as questões numa perspectiva de prevenção? Esquecem-se que existem outros problemas à espera de resolução? O tal abandono escolar por falta de condições sociais, as crianças com necessidades educativas especiais, a falta de condições de instalações e de trabalho? Só se recorre a mediadores de conflitos porque se assume que não houve ou não se conseguiu a prevenção. O Norte é para "Norte", troquem de bússola... há GENTE que sabe em Portugal , porque não pedem conselhos? A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.



"O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, anunciou terça-feira que as escolas com problemas graves de indisciplina podem apresentar ao Ministério da Educação (ME) uma proposta para a contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos.
«Se uma escola tiver um grande problema de indisciplina generalizada pode apresentar à Direcção Regional de Educação uma proposta para o reforço dos meios técnicos», afirmou Valter Lemos."

quarta-feira, 26 de março de 2008

O Professor Profissional


"O professor profissional – como o médico ou o engenheiro nos seus campos específicos – é aquele que ensina não apenas porque sabe, mas porque sabe ensinar. E saber ensinar é ser especialista dessa complexa capacidade de mediar e transformar o saber conteudinal curricular (isto é, que se pretende ver adquirido, nas suas múltiplas variantes) – seja qual for a sua natureza ou nível[1] − pela incorporação dos processos de aceder a, e usar o conhecimento, pelo ajuste ao conhecimento do sujeito e do seu contexto, para adequar-lhe os procedimentos, de modo a que a alquimia da apropriação ocorra no aprendente – processo mediado por um sólido saber científico em todos os campos envolvidos e um domínio técnico-didáctico rigoroso do professor, informado por uma contínua postura meta-analítica, de questionamento intelectual da sua acção, de interpretação permanente e realimentação contínua. Aprende-se e exerce-se na prática, mas numa prática informada, alimentada por velho e novo conhecimento formal, investigada e discutida com os pares e com os supervisores − ou, desejavelmente, tudo isto numa prática colectiva de mútua supervisão e construção de saber inter pares.(Roldão, 2005c). ´


[1] Recordo a conhecida afirmação de Jerome Bruner, em 1960, de que é possível ensinar seja o que for em qualquer idade desde que se utilizem processos intelectualmente honestos."


Função docente: natureza e construção do conhecimento profissional
Maria do Céu Roldão
Universidade do Minho, Centro de Estudos da Criança

CARTA ABERTA AO SR. EMÍDIO RANGEL


Depois de ler não podia deixar de transcrever esta carta.

Exmo. Sr. Rangel:
Não sou uma figura pública como V. Exa., nem tenho um jornal que acolha as minhas opiniões. Felizmente existe hoje a blogosfera e os amigos para publicar o mais possível a nossa opinião; espero que esta carta chegue até si!

Sou apenas um dos 143 000 professores deste país e um dos 100 000 que estiveram na Marcha da Indignação no dia 8 de Março, dia em que fui brindado com o seu artigo de opinião a que batizou de «HOOLIGANS EM LISBOA». Ei-lo:

Como deve estar à espera, depois daquilo que escreveu, ou coloca uma venda nos olhos e uns tampões nos ouvidos ou terá de ver e ouvir os argumentos dos visados. Como quem não se sente não é filho de boa gente, e fui um dos seus alvos, o seu artigo merece-me uma resposta, bem ao estilo político e jornalístico, em dez breves pontos. Está preparado? Cá vai:

1) A sua legitimidade para me chamar «hooligan» é a mesma que eu tenho para lhe chamar palerma, idiota e atrasado mental! Repito: a legitimidade é exactamente a mesma!

2) A sua legitimidade para me chamar comunista e que o Prof. Mário Nogueira (não é Sequeira, sr. Rangel) é um assalariado do PCP e que tal partido alugou 600 autocarros para a manifestação, é a mesma que eu tenho para lhe chamar fascista, assalariado do PS e alugado por este partido para emitir estas imundas alarvidades. Repito: a legitimidade é exactamente a mesma!

3) Os professores e os empregados da Lisnave são cidadãos dignos, que trabalham toda a vida para sustentar as suas famílias com ordenados por vezes miseráveis, não são jornalistas de segunda que andam à crava de pequenos tachos de ocasião, depois de fracassarem pessoal e profissionalmente à frente de grandes cadeias de televisão, com ordenados de rei para gastar em opulentas noitadas algarvias!

4) A maioria dos professores que V. Exa diz ainda terem dignidade, comparando-os aos seus, somos todos nós, Sr. Rangel, porque somos 143 000, estavam lá 100 000, sendo que dos 43 000 que não estavam certamente 40 000 não estiveram apenas de corpo e os restantes 3000, ou por aí, serão os inevitáveis fundamentalistas partidários, cuja religião PS lhes ofusca a lucidez!

5) V. Exa nunca pertenceu à nossa classe! V. Exa foi professor, mas universitário e, não lhe retirando mérito pela formação que isso permitiu, fique sabendo que ser professor universitário nada tem a ver com o que se passa nas nossas salas de aula, onde todas as crianças e jovens têm lugar, os bons, os maus, os educados, os mal-educados, os civilizados, os selvagens, os ricos, os pobres, os inteligentes, os deficientes, os meus filhos, os seus filhos… Enfim, não se trata de um lugar onde uma clivagem por resultados escolares, permite que tenhamos uma sala com 20 ou 30 alunos com toda a socialização feita e a quem basta dar bibliografia e pouco mais!

6) V. Exa ignora por completo o que o ME quer impor nas escolas e aos professores, pois isso sim, é que favorecerá a incultura, deseducação, a anarquia pedagógica, em que o obrigatório facilitismo formará uma geração de humanoides completamente ocos de valores, cultura e sabedoria; eu sou um produto do sistema que V. Exa acusa de iníquo e sei o que significa dignidade, respeito, admiração, ponderação, civismo, tolerância… enfim, tudo o que V. Exa não revela, na sua miserável crónica!

7) Vergonha devem sentir os cidadãos portugueses de terem de levar com opiniões de jornalistas ( esses sim, é que são pseudo) completamente esventrados de sensatez, isenção e responsabilidade. Este artigo de V. Exa é o epíteto do desnorte e testemunho de um intoxicado intelecto!

8 ) A Ministra é corajosa e determinada? Estamos de acordo. Acontece que V. Exa confunde estes conceitos com clareza, responsabilidades e, sobretudo, com justiça e sentido de visão estratégica para a Educação. Todos os grandes fascínoras políticos da História eram corajosos e determinados!

9) Todos os que V. Exa chama estúpidos e que, sendo do PSD, do PCP ou daquilo que o você quiser, apoiam e compreendem a causa dos professores, se o fazem por antipatia política ou oportunismo, e sei que os há, tal adjectivo assenta-lhes que nem uma luva; aos restantes, que são infinitamente mais, não os confunda com um espelho!

10) V. Exa pertence, ou pelo menos pertenceu, a uma recente classe de portugueses, muito inferior à dos professores, quer em número quer em dignidade, cujo novo - riquismo aliado ao corrupto mercado da imagem, fazem de vós uma praga infestante para o cidadão comum, que luta todos os dias contra as dificuldades de um país minado por políticos fajutos e incompetentes e por um jornalismo bacoco e de algibeira, do qual V. Exa é um belo protagonista!

segunda-feira, 24 de março de 2008

António Olaio

ARGANIL - Arte Rupestre


Na antiga escola primária de Chãs d’Égua foi inaugurado o Centro Interpretativo de Arte Rupestre, que deverá também funcionar, no futuro, como Centro de Acolhimento para visitas guiadas a diversos núcleos de arte rupestre. w Lurdes GonçalvesCoordenado por Paulo Ramalho, o Centro Interpretativo de Arte Rupestre de Chãs d’Égua, na freguesia do Piódão, que é também uma iniciativa da Câmara de Arganil, surgiu na sequência de diversas campanhas de levantamento arqueológico de arte rupestre na zona, realizadas em colaboração com a equipa técnica do Parque Arqueológico do Vale do Côa. Até ao momento foram descobertas 100 rochas gravadas, em duas áreas distintas, no vale de Chãs d’Égua e zonas de cumeada e meia encosta viradas para o Rio Ceira, correspondentes, respectivamente, ao período entre o fim do Neolítico e o Bronze Final e o período entre o Bronze Final e a 1.ª Idade do Ferro.O conjunto descoberto constitui “a mais importante concentração de arte rupestre” conhecida até ao momento no território entre o Tejo e o Douro/Baixo Côa”. De acordo com o coordenador do projecto, os próximos passos passam por promover visitas guiadas em Chãs d’Égua e existe a possibilidade de uma “ligação em rede” entre diversos centros interpretativos na Serra do Açor. Agradecendo aos populares de Chãs d’Égua pela sua colaboração, bem como à União Progressiva de Chãs d’Égua, Associação de Compartes do Piódão e à Pinus Verde, entre outras entidades envolvidas, Paulo Ramalho considerou, na inauguração de sábado, que o Centro “vai ter sucesso porque a arte é muito significativa”.Na ocasião, o presidente da Junta do Piódão, José da Conceição Lopes, realçou que o Centro representa “o começo de uma nova era”, desenvolvendo o “turismo de qualidade” na freguesia. O presidente da Câmara de Arganil começou por deixar uma palavra de “apreço” ao anterior vice-presidente da autarquia, Mário Vale, que, em conjunto com Paulo Ramalho, “acreditou que este era um caminho para afirmar” aquele território. “Depois da obra iniciada, quando tomámos posse, quisemos que fosse concluída, mas procurámos a excelência”, disse Ricardo Pereira Alves, enaltecendo a cooperação de diversas entidades “fundamentais” em todo o processo, entre as quais a CCDRC, Região de Turismo do Centro e o Município do Fundão e elogiando a acção de Paulo Ramalho.O autarca aproveitou para recordar que a autarquia está a investir na beneficiação dos acessos à freguesia do Piódão, bem como às restantes aldeias do xisto e aldeias históricas, para que no sector do turismo “se possam estabelecer redes concelhias e interconcelhias”.Em representação da ADIBER - Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra, Miguel Ventura afirmou–se satisfeito pelo resultado “muito positivo” e anunciou que está a ser desenvolvido um outro projecto transnacional, “no sentido de criar alguma dinâmica entre vários locais”. Também o presidente da Região de Turismo do Centro se congratulou com o facto de os turistas cada vez mais procurarem a região e afirmou que esta estrutura “faz parte da nova realidade” na zona Centro. Pedro Machado sublinhou ainda o facto de Arganil presidir à Associação das Aldeias Históricas de Portugal e de recentemente as Aldeias do Xisto terem tido projecção em Berlim.Em representação da CCDRC, Joaquim Felício considerou que esta iniciativa será “o início de uma grande rota da arte rupestre no interior da região”, anunciando que “está também a ser criado o Museu do Côa, que vai ser um pólo de grande atracção para as pessoas que gostam deste tipo de actividades”.

AVEIRO PREMIADA POR SALVAR ARTE NOVA

O restauro da antiga Capitania de Aveiro, concluído em 2004, alertou as consciências e inverteu uma tendência para a degradação do património em estilo Arte Nova da cidade da ria. O esforço de preservação da Arte Nova teve agora reconhecimento internacional com a aceitação da candidatura de Aveiro à rede internacional de cidades "Réseau Art Nouveau Network". Aveiro tornou-se a 20ª cidade de um grupo restrito e influente onde se incluem Barcelona, Bruxelas, Budapeste, Glasgow, Helsínquia e Habana.

A pressão de forças vivas e o apoio de personalidades como Siza Vieira ou José-Augusto França mobilizadas pela estudiosa Maria João Fernandes, bisneta de Francisco da Silva Rocha, o arquitecto a quem se deve a autoria de alguns dos imóveis Arte Nova mais significativos na região, foi decisiva para a mudança. Aveiro assistiu, desde 2004, a obras de preservação de alguns dos muitos imóveis com traços Arte Nova que existem em várias artérias urbanas. O envolvimento público prosseguiu com a aquisição por parte da autarquia da chamada casa do Major Pessoa para instalação de um museu Arte Nova, prestes a ser inaugurado.

Alguns privados seguiram o exemplo, como aconteceu já com os exemplares restauros da fachada do edifício das "Quarto Estações" ou da residência do arquitecto Francisco Silva Rocha, que chegou a colaborar com Ernesto Korrodi.

Aveiro não ficou à margem das influências internacionais da Arte Nova mas evidencia alguns particularismos na sua representação, com os artistas locais a incluírem materiais tradicionais na decoração de fachadas, como é o caso do uso do azulejo de mestres como Licínio Pinto e Francisco Pereira.

A 30 de Novembro de 2007 passaram 100 anos após a emissão da licença camarária de construção da casa do major Mário Belmonte Pessoa, da autoria da dupla Francisco da Silva Rocha e Ernesto Korrodi. Localizada próximo do Jardim do Rossio, vai acolher este ano a exposição intitulada "Arte Nova e os Aveirenses", que marcará a inauguração do restauro cujo custo ultrapassou 1,5 milhões de euros.

"Agora será devolvida aos aveirenses cumprindo a estratégia museológica de ser um pólo Arte Nova dentro do Museu da Cidade", afirmou o vereador Miguel Capão Filipe. A concepção do interior é do designer Francisco Providência, professor do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro. A Casa Major Pessoa terá uma casa de chá "Belle Époque", com exposição permanente interactiva e Laboratório de Ideias. A autarquia está a recolher peças inspiradas pela Arte Nova na posse de privados.

Mas há ainda trabalho por fazer. A fachada do número 146 da Rua Almirante Cândido dos Reis esconde as mazelas do interior. A degradação das paredes e dos estuques artísticos dos tectos tornam evidente a necessidade de obras de restauro. Os inquilinos que ali vivem há longa data não raramente são forçados a abrir a porta a turistas atraídos pelo colorido das flores desenhadas em azulejos Fonte Nova de 1911. A câmara tem "implorado" para não se mexer em nada, mas ninguém se chega à frente para "aguentar isto em pé".

Educação: CONFAP


Em comunicado, a Confederação Nacional das Associações de Pais "condena todos os actos de indisciplina praticados por alunos nas escolas", tal como o ocorrido naquela escola secundária.
No documento, a CONFAP lança "um apelo a todos os pais para que exerçam o seu poder paternal junto dos seus filhos, educando-os no sentido da responsabilidade e do comportamento que devem ter em sala de aula, o seu local privilegiado de aprender".
"Apela-se aos pais para que imponham regras muito firmes quanto ao uso de telemóveis pelos seus filhos", afirma a CONFAP, que reconhece que muitos dos conflitos existentes no interior das escolas se devem ao uso indiscriminado de telemóveis.
Para a CONFAP, o desaparecimento da família tradicional e da escola tradicional estão intrinsecamente ligados à actual "crise da autoridade" e à "crise da educação" com que a sociedade se debate.
"A sua resolução não passa pela restauração da autoridade perdida, mas pela compreensão da História e procura de novos caminhos (...), pela reflexão sobre o funcionamento democrático das instituições e o exercício do poder no seu interior compatível com os valores da igualdade e da liberdade", afirma o comunicado da CONFAP.
PF.
Lusa/Fim
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008-03-23 16:15:01

Mãe teve de pagar por agressão do filho

2008/03/22 | 21:42HB
Tribunal espanhol determinou uma multa de 14 mil euros

Um tribunal da cidade espanhola de Sevilha condenou uma mãe a pagar uma multa de 14 mil euros, depois do seu filho ter agredido um colega na escola.
Segundo noticia a edição electrónica do jornal El País, o tribunal considerou que foi o «laxismo e tolerância» maternos que permitiram a atitude do menor.
O dinheiro desta multa servirá também para custear os tratamentos dentários que a criança agredida necessita.
A mãe do agressor ainda terá tentado responsabilizar a escola, alegando que esta não tomou conta de forma eficaz dos alunos. Mas o tribunal não acolheu como válidos estes argumentos, considerando que «a brutalidade e a intensidade» das agressões são reflexo de «uma falta de fornecimento ou assimilação de educação e moderação».
Portugal Diário 22 março2008

Luca Valdesi - Tekki Shodan

Porque não umas acções de formação para professores? Mais vale prevenir que remediar!

domingo, 23 de março de 2008

What are Bloxes?

João Dixo



Decorre na Galeria S. Mamede no Porto a exposição do pintor João Dixo

João Dixo

João Dixo
Natural de Vila Real, nascido em 1941.Curso Superior de Pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1966, com 20 valores. Bolseiro da Fundação Gulbenkian, durante todo o curso , e ainda de 1975 a 77 em Paris com Programa de Investigação reconhecido pelo Instituto Nacional de Investigação Científica. Curso de Ciências Pedagógicas da Faculdade de Letras da Universidade do do Porto.Professor do Circulo de Artes Plásticas da Associação Académica de Coimbra de 1955/1975.Membro Fundador do Grupo PUZZLE 1974/1979.Membro de La Jeune Peinture, Paris 1974/1980.Membro fundador da da APNDC (Bienal de Vila Nova Cerveira).Docente da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto desde 1973 a 1997.Responsável do grupo de desenho do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, desde a sua criação, 1986 a 1988.Director da A.R.C.A./E.T.A.C. (Ensino Universitário) e responsável da Licenciatura de Pintura – Coimbra.
Exposições Individuais1963 Vila Real; 1965 Galeria Divulgação, Porto; 1966 Galeria Árvore, Porto; 1971 Galeria C. A. P. , Coimbra; 1972 Galeria Alvarez, Porto; 1972 Galeria Quadrante, Lisboa; 1972 Galeria Dois, Porto; 1973 Galeria S. Mamede, Lisboa; 1974 Galeria L55, Paris; 1975 Galeria Alvarez, Porto; 1977 Galeria Diagonale, Paris; 1978 Fundação Eng.º António de Almeida, Porto; 1979 Fundação Gulbenkian, Paris; 1980 Galeria J. N., Porto; 1985 Galeria E. G., Porto; 1990 Galeria E. G., Porto; 1992 Galeria E. G., Porto; 1993 Galeria Y Grego, Lisboa; 1995 Galeria Artesis, V. N. Gaia; 1996 Galeria Vandelli, Coimbra; 1996 Y Grego, (Feira de Arte), Exponor; 1997 Y Grego, Lisboa; 1997 Galeria Vandelli, Coimbra; 1999 Galeria Lídia Cruz, Leiria; 2001 Casa Municipal da Cultura, Coimbra; 2002 Galeria Por Amor à Arte, Porto; 2003 Galeria São Mamede, Lisboa
Colectivamente participou em mais de duas centenas e meia de exposições e Festivais de Arte e Performance a título individual e como membro do Grupo Puzzle, em Portugal e no estrangeiro, destacando: Todos os Salões de La Jeune Peinture, Paris de 1975 a 1979, Exposition Dossier, Paris, 1972, Les 6 Jour de La Peinture, marselha 1975; Semaine d’Action Arc. Musée d’Art Modern de La Ville de Paris, 1980. Todos os Encontros Nacionais de Arte em Portugal de 1974 a 1978; Simposium Internacional d’Art Performance, 1979, Lyon, L’Information et l’Art - Université Toulouse Le Mirall, 1979; Jovem Pintura Portuguesa em Paris, 1976, Moderna Pintura Portuguesa, 1975, S. Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Museu de Lund, Estocolmo, 1976; Artistas Portugueses, 1977, Fundação Gulbenkian, Paris; Arte Portuguesa em Madrid, 1977, Peinture Actuelle Bretigny; Exposition Dossier, 1972 Ville Juif, Paris; Comparaison/Opposition; 1973, Limoges; European Figuration, Turim, 1975; Evidence/Aparence, 1975, Limoges, Châteaurux, Tulles, Paris, Exposição Levantamento da Arte do Séc. XX no Porto Museu Soares dos Reis, 1975, Porto; Galerie Suicidaire, 1975, Nice, Damiron; Dixo; Ricatto e Solombre, Galerie Art-Extension, 1975, Paris; Recherche d’Identité/Paradis Perdu; 1977, Limoges; Journées d’Action et d’Information de La Jeune Peinture, Pavillon du Jardin du Luxembourg; 1977, Paris; Artistas Actuais do Porto na Colecção do Museu Soares dos Reis, 1978; L’éclairage du Discours, Galerie Noire, 1978, Paris; ESBAP/FBAUP, 1995, Coventry, Porto, Art Exange, 1996; Cinco Estações de Pintura, 1996, Porto; III Bienal de Arte AIP - Europarque, 1999; Tesouros de Portugal, Macau, 1999. Grupos no Porto do século XX do programa Porto Capital Europeia da Cultura - Galeria do Palácio; Porto 60/70 os artistas e a cidade Museu de Serralves do programa Porto Capital Europeia da Cultura 2001.
Representado entre outras nas colecções das seguintes instituições:Fundação Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa; Museu Soares dos Reis, Porto; Casa de Serralves (Museu de Arte Contemporânea), Porto; Fundação Cupertino de Miranda, Famalicão, Museu de Amarante, Museu Malhoa, Caldas da Rainha; Museu de Ovar e também nas Colecções do Forum da Maia, Câmara de Vila Real, Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, S. Miguel, Açores, e nas Colecções dos Bancos BPA, BPI, CGD, UBP, BCM, Banco de Portugal, Companhia Portuguesa do Cobre, Polimaia, Gec Alsthom.
Das Encomendas Públicas de Grandes Dimensões, destaca:Insituto Português de Oncologia do Porto; Centro de Saúde de Montalegre; Grande Salão de Recepções da Fábrica Flor do Campo, Stº Tirso; Conjunto de Esculturas e Pintura para a Companhia Portuguesa do Cobre, Porto; Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, S. Miguel, Igreja Matriz de Ponta Garça, Açores; Convite da Gec Alsthom para a decoração mural de uma das Estações de Metro do Porto.

Arte na Miguel Bombarda


Cruzamento de arte e comércio dinamiza Rua Miguel Bombarda MARCOS CRUZ

Tudo começou num risco - o risco que Marina Costa e Artur Mendanha decidiram correr quando, após algumas conversas de café, assumiram o projecto de fazer de um edifício devoluto com 5000 metros quadrados de área na Rua Miguel Bombarda - a "rua das galerias de arte" do Porto - um centro comercial que rompesse por entre as margens do comércio tradicional e das marcas instituídas, ou seja, que vendesse a diferença.Hoje, a dois meses de se cumprir um ano sobre a abertura do espaço, quem nele entra vê (não um, mas) 27 riscos, cada qual de sua cor. Arco-íris ampliado que se vai reduzindo, risco a risco, à medida que as 27 lojas surgem no caminho do visitante. A sinalização segue a lógica dos hospitais. Pena é que a generalidade dos hospitais não siga a lógica da entrada do edifício portuense, onde os vários riscos coloridos apontam para uma esplanada em frente - a luz ao fundo do túnel. Os doentes agradeceriam.No Centro Comercial Bombarda (CCB), porém, respira-se saúde: as lojas, as pessoas que lá estão, os clientes, o ambiente entre todos. Há algo de estranho para quem se habituou a outros centros comerciais. O ar, imagine-se, é puro. A novidade acena a cada passo. "O que é que será isto?" Entra-se, pergunta-se e (na maioria dos casos) o dono, que preferirá ser visto como autor do conceito da loja, responde. Com tempo e detalhe.Não, isto não significa que o CCB do Porto esteja vazio e à cata de clientes. Quer antes dizer que, para todos os que lá trabalham, as pessoas são o mais importante. Concorrência? Marina e Artur trataram de a "arrumar" logo de início, escolhendo diversidade nas candidaturas. A noção generalizada entre os lojistas é a de que todos remam no mesmo sentido - e em nenhum caso o lucro parece ser filosofia única. Há sempre subjacente a ideia de alternativa ao consumo massivo, bem como a vontade de revelar produtos na fronteira entre a arte e o comércio, a procura de uma alma no negócio que não passe forçosamente pelo segredo e o desejo altruista de servir bem.Neste sentido, a prioridade vai para peças de autor ou marcas que não estão representadas em Portugal. É, desde logo, uma ponte com o circuito das galerias, que, por si só, não alimentava o comércio na zona. A dinamização de Miguel Bombarda pode assentar muito nesta relação - o presente já o indicia, ou não houvesse lojas a abrir pelas redondezas e projectos em lista de espera para ocupar espaços que eventualmente venham a vagar no CCB.
A Rua de Miguel Bombarda é um arruamento da cidade do Porto, em Portugal, conhecida pela concentração de várias galerias de arte. Começa na Rua de Cedofeita, na freguesia do mesmo nome, e termina na Rua da Boa Nova, já em Massarelos. Tem um comprimento total de 650 metros.

História
A actual "rua das galerias", chamava-se, antes de 1910, Rua do Príncipe, em honra do futuro rei D. João VI, príncipe regente durante a doença da sua mãe, a rainha D. Maria I.
A rua figura já na Planta Redonda de Black (1813), mas ainda pouco povoada de casas e ainda sem atingir a Rua de Cedofeita, onde hoje termina. Em 1839 já estava rasgada em toda a sua extensão actual e com um maior número de edificações, excepto no troço próximo da Rua de Cedofeita que só veio a receber casas a partir de meados do século XIX.
Com a implantação da república em 1910, a rua foi rebaptizada com o seu nome actual, em homenagem ao médico ilustre e precursor do regime republicano em Portugal, Miguel Bombarda.
Na actualidade, a Rua Miguel Bombarda é uma das artérias de cultura dos novos tempos, reunindo algumas dezenas de galerias de arte que, no primeiro sábado de cada mês, inauguram em simultâneo as suas novas exposições, atraindo multidões de apreciadores de arte, investidores, artistas, seguidores de formas de vida alternativas e muitos curiosos. A rua conta também com restaurantes, livrarias e várias lojas: de mobiliário retro-cool, de decoração alternativa, design, musica, etc
Retirado de: http://mjfs.spaceblog.com.br/71026/Rua-de-Miguel-Bombarda/