domingo, 23 de março de 2008

Arte na Miguel Bombarda


Cruzamento de arte e comércio dinamiza Rua Miguel Bombarda MARCOS CRUZ

Tudo começou num risco - o risco que Marina Costa e Artur Mendanha decidiram correr quando, após algumas conversas de café, assumiram o projecto de fazer de um edifício devoluto com 5000 metros quadrados de área na Rua Miguel Bombarda - a "rua das galerias de arte" do Porto - um centro comercial que rompesse por entre as margens do comércio tradicional e das marcas instituídas, ou seja, que vendesse a diferença.Hoje, a dois meses de se cumprir um ano sobre a abertura do espaço, quem nele entra vê (não um, mas) 27 riscos, cada qual de sua cor. Arco-íris ampliado que se vai reduzindo, risco a risco, à medida que as 27 lojas surgem no caminho do visitante. A sinalização segue a lógica dos hospitais. Pena é que a generalidade dos hospitais não siga a lógica da entrada do edifício portuense, onde os vários riscos coloridos apontam para uma esplanada em frente - a luz ao fundo do túnel. Os doentes agradeceriam.No Centro Comercial Bombarda (CCB), porém, respira-se saúde: as lojas, as pessoas que lá estão, os clientes, o ambiente entre todos. Há algo de estranho para quem se habituou a outros centros comerciais. O ar, imagine-se, é puro. A novidade acena a cada passo. "O que é que será isto?" Entra-se, pergunta-se e (na maioria dos casos) o dono, que preferirá ser visto como autor do conceito da loja, responde. Com tempo e detalhe.Não, isto não significa que o CCB do Porto esteja vazio e à cata de clientes. Quer antes dizer que, para todos os que lá trabalham, as pessoas são o mais importante. Concorrência? Marina e Artur trataram de a "arrumar" logo de início, escolhendo diversidade nas candidaturas. A noção generalizada entre os lojistas é a de que todos remam no mesmo sentido - e em nenhum caso o lucro parece ser filosofia única. Há sempre subjacente a ideia de alternativa ao consumo massivo, bem como a vontade de revelar produtos na fronteira entre a arte e o comércio, a procura de uma alma no negócio que não passe forçosamente pelo segredo e o desejo altruista de servir bem.Neste sentido, a prioridade vai para peças de autor ou marcas que não estão representadas em Portugal. É, desde logo, uma ponte com o circuito das galerias, que, por si só, não alimentava o comércio na zona. A dinamização de Miguel Bombarda pode assentar muito nesta relação - o presente já o indicia, ou não houvesse lojas a abrir pelas redondezas e projectos em lista de espera para ocupar espaços que eventualmente venham a vagar no CCB.
A Rua de Miguel Bombarda é um arruamento da cidade do Porto, em Portugal, conhecida pela concentração de várias galerias de arte. Começa na Rua de Cedofeita, na freguesia do mesmo nome, e termina na Rua da Boa Nova, já em Massarelos. Tem um comprimento total de 650 metros.

História
A actual "rua das galerias", chamava-se, antes de 1910, Rua do Príncipe, em honra do futuro rei D. João VI, príncipe regente durante a doença da sua mãe, a rainha D. Maria I.
A rua figura já na Planta Redonda de Black (1813), mas ainda pouco povoada de casas e ainda sem atingir a Rua de Cedofeita, onde hoje termina. Em 1839 já estava rasgada em toda a sua extensão actual e com um maior número de edificações, excepto no troço próximo da Rua de Cedofeita que só veio a receber casas a partir de meados do século XIX.
Com a implantação da república em 1910, a rua foi rebaptizada com o seu nome actual, em homenagem ao médico ilustre e precursor do regime republicano em Portugal, Miguel Bombarda.
Na actualidade, a Rua Miguel Bombarda é uma das artérias de cultura dos novos tempos, reunindo algumas dezenas de galerias de arte que, no primeiro sábado de cada mês, inauguram em simultâneo as suas novas exposições, atraindo multidões de apreciadores de arte, investidores, artistas, seguidores de formas de vida alternativas e muitos curiosos. A rua conta também com restaurantes, livrarias e várias lojas: de mobiliário retro-cool, de decoração alternativa, design, musica, etc
Retirado de: http://mjfs.spaceblog.com.br/71026/Rua-de-Miguel-Bombarda/

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