Ramalho Eanes defendeu, em Santarém, que "só o investimento na educação permitirá corrigir os atrasos de Portugal, país que chegou tarde à democracia e ainda não teve tempo para gerar uma classe média empreendedora e uma sociedade civil forte, e está agora a sofrer os efeitos nefastos do deslumbramento consumista que provocou o endividamento das famílias e do Estado".
O antigo Presidente da República foi o orador convidado para o encerramento do ciclo de conferências "As raízes falam, falam as raízes, organizado pela Comissão concelhia do PS de Santarém.
A conferência quase encheu o grande auditório da Escola Superior Agrária, numa iniciativa que, mais uma vez, extravasou o âmbito partidário, para trazer para o debate e reflexão pessoas dos mais diferentes quadrantes políticos.
Ramalho Eanes falou do "papel da sociedade civil na construção da unidade europeia e na recuperação do país num quadro promissor e ameaçador da mundialização". Apontou o exemplo de Espanha que, segundo um relatório do Deutshe Bank, dentro de apenas dois anos poderá ter o mesmo valor do PIB per capita da Alemanha. "A Educação foi o factor que mais prosperidade trouxe à Espanha, com mais investimento no ensino secundário e universitário", afirmou Ramalho Eanes, sublinhando que "37 por cento dos espanhóis, entre os 25 e os 34 anos já possuem cursos superiores, comparativamente aos 20 por cento da Alemanha".
Eanes apontou igualmente os exemplos de desenvolvimento de "outros povos europeus e do Japão, que há muito perceberam que o desenvolvimento económico assenta no capital humano e não no investimento de capital ou tecnológico".
Ramalho Eanes sublinhou que "desde o 25 de Abril, Portugal progrediu muito na qualidade de vida da população e em todos os sectores, da educação à saúde, segurança social, estradas e comunicações". "Vivemos hoje numa democracia consolidada, em que não cabem golpes, não há ameaças externas, não há império a defender; temos condições agora para sermos um povo civil, pacífico, tolerante e democrático". Porém, defende que "o futuro de Portugal tem um desafio grande que é a falta de um ideal colectivo que nos motive individual e solidariamente". Considera, porém, que "esse futuro é alcançável se houver um investimento numa educação generalizada, e uma cuidada e rigorosa definição estratégica das políticas, com um empenhamento determinado e competente de todos os sectores – Estado, mercado e sociedade civil". Considera que "temos um Estado fraco desde o 25 de Abril, com governos muito fracos, muitas vezes mais preocupados com os resultados eleitorais do que com o futuro do País, e com sub-sistemas de saúde, educação e justiça que se transformaram em corporações que tendem a satisfazer os interesses dos seus elementos em lugar de desempenharem as funções sociais que lhes competem". Prevê que o desemprego vai agravar-se e, sendo um problema de todos, exige respostas do Governo que garantam a dignidade de todos".
"É urgente o despertar dos intelectuais para quebrar corporativismos"
Ramalho Eanes defende que uma sociedade civil forte depende da existência de uma burguesia endinheirada que ponha os filhos a estudar. "É urgente o despertar dos intelectuais para a participação na sociedade civil, pois são eles que conduzem à quebra dos corporarivismos que travam o desenvolvimento".
O antigo Presidente da República foi o orador convidado para o encerramento do ciclo de conferências "As raízes falam, falam as raízes, organizado pela Comissão concelhia do PS de Santarém.
A conferência quase encheu o grande auditório da Escola Superior Agrária, numa iniciativa que, mais uma vez, extravasou o âmbito partidário, para trazer para o debate e reflexão pessoas dos mais diferentes quadrantes políticos.
Ramalho Eanes falou do "papel da sociedade civil na construção da unidade europeia e na recuperação do país num quadro promissor e ameaçador da mundialização". Apontou o exemplo de Espanha que, segundo um relatório do Deutshe Bank, dentro de apenas dois anos poderá ter o mesmo valor do PIB per capita da Alemanha. "A Educação foi o factor que mais prosperidade trouxe à Espanha, com mais investimento no ensino secundário e universitário", afirmou Ramalho Eanes, sublinhando que "37 por cento dos espanhóis, entre os 25 e os 34 anos já possuem cursos superiores, comparativamente aos 20 por cento da Alemanha".
Eanes apontou igualmente os exemplos de desenvolvimento de "outros povos europeus e do Japão, que há muito perceberam que o desenvolvimento económico assenta no capital humano e não no investimento de capital ou tecnológico".
Ramalho Eanes sublinhou que "desde o 25 de Abril, Portugal progrediu muito na qualidade de vida da população e em todos os sectores, da educação à saúde, segurança social, estradas e comunicações". "Vivemos hoje numa democracia consolidada, em que não cabem golpes, não há ameaças externas, não há império a defender; temos condições agora para sermos um povo civil, pacífico, tolerante e democrático". Porém, defende que "o futuro de Portugal tem um desafio grande que é a falta de um ideal colectivo que nos motive individual e solidariamente". Considera, porém, que "esse futuro é alcançável se houver um investimento numa educação generalizada, e uma cuidada e rigorosa definição estratégica das políticas, com um empenhamento determinado e competente de todos os sectores – Estado, mercado e sociedade civil". Considera que "temos um Estado fraco desde o 25 de Abril, com governos muito fracos, muitas vezes mais preocupados com os resultados eleitorais do que com o futuro do País, e com sub-sistemas de saúde, educação e justiça que se transformaram em corporações que tendem a satisfazer os interesses dos seus elementos em lugar de desempenharem as funções sociais que lhes competem". Prevê que o desemprego vai agravar-se e, sendo um problema de todos, exige respostas do Governo que garantam a dignidade de todos".
"É urgente o despertar dos intelectuais para quebrar corporativismos"
Ramalho Eanes defende que uma sociedade civil forte depende da existência de uma burguesia endinheirada que ponha os filhos a estudar. "É urgente o despertar dos intelectuais para a participação na sociedade civil, pois são eles que conduzem à quebra dos corporarivismos que travam o desenvolvimento".
Fonte: O Ribatejo