sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Estranho é o sono que não te devolve.
Estranho é o sono que não te devolve.
Como é estrangeiro o sossego
de quem não espera recado.
Essa sombra como é a alma
de quem já só por dentro se ilumina
e surpreende
e por fora é
apenas peso de ser tarde.
Como é
amargo não poder guardar-te
em chão mais próximo do coração.
Daniel Faria
de Explicação das Árvores e de Outros Animais1998
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Almeida Faria,
Poesia
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Criatividade
A criatividade é um dos recursos intelectuais mais preciosos para nosso dia-a-dia. No entanto, é na sala de aula que, permanentemente, ela precisa estar presente, pois dela depende o interesse e a dedicação de nosso aluno.
O educador criativo é também um artista, pois instiga o aprendizado de seus alunos utilizando recursos que vão além do livro didático: a importância da arte na educação cumpre com esta função.
A importância do desenvolvimento criativo
O artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da ONU - Organização das Nações Unidas – afirma que “toda criança tem o direito ao descanso e ao lazer, e a participar de atividades de jogo e recreação, apropriadas à sua idade, e a participar livremente da vida cultural e das artes".
Sem dúvida alguma, participar da vida cultural e artística do país é essencial para o desenvolvimento e o aprendizado das crianças, pois coloca-as frente a frente com a diversidade de produções provenientes das artes plásticas, da dança, da música e do teatro. Num país cheio de regionalismos como o Brasil, essas ações tornam-se ainda mais importantes, visando a quebra de preconceitos e o aprendizado das várias manifestações de cada localidade.
A criatividade tende a se aprimorar a partir da identificação e do conhecimento, por parte do aluno, de novos espaços de criação individual ou coletiva: exposições, museus, acervos, peças de teatro, apresentações de dança e de música, feiras literárias, feiras de artesanato e antiguidades, todos esses são locais que reúnem trabalhos que se renovam constantemente, por isso seus idealizadores devem estar sempre inovando. Exemplos disso são a Bienal das Artes e as semanas de moda, eventos que, normalmente, ocorrem nos grandes centros urbanos. A sala de aula pode e deve ser um espaço criativo: representação de personagens literários cujas obras foram lidas em classe, reprodução livre de obras de arte (apenas inspiradas em certos temas ou autores) usando técnica diferente daquela usada pelo pintor, reescrita de história com alteração do final ou simplesmente trabalhos livres utilizando sucata, desenvolvem o imaginário da criança, sua capacidade para inventar, para discernir o real do fictício, aprimorar o pensamento lógico, as expressões verbal e corporal e a atenção. Somam-se a tudo isto a socialização, a afetividade, a capacidade para trabalhar colaborativamente (às vezes, um trabalho em dupla traz ótimos resultados) e a própria criatividade para resolver problemas: se um aluno não tem habilidade para pintar, de que outra forma ele pode cumprir com a tarefa de colorir uma paisagem, por exemplo?
No caso de pequenas dramatizações em sala de aula, a criatividade estará presente no momento de se reproduzir um texto e transpor a linguagem literária para a linguagem teatral, fazendo uso simultâneo da expressão corporal e facial. Também será preciso imaginação para a criação cenográfica, estimulando o aluno a perceber o que vem em primeiro plano e o que pode aparecer discretamente no palco. A mesma criatividade será necessária para os cuidados com as vestimentas e objetos que caracterizam a peça remontada. Foi-se o tempo em que o aluno respondia passivamente às exigências artísticas feitas por seus professores: diante da diversidade de produtos disponíveis e das maravilhas de seus efeitos, a criatividade assume o lugar da reprodução fiel e cede espaço para a descoberta de novos talentos.
Para saber mais:
32 idéias divertidas que auxiliam o aprendizado, de Vânia Dohme. Editora InformalApresenta 32 atividades que podem ser aplicadas em sala de aula ou ao ar livre, como reforço de aprendizagem de forma agradável. O livro promove maior participação, aumentando a interação professor/aluno e estimula o trabalho em equipes e a colaboração. Aborda temas transversais como ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde e educação sexual.
Técnicas de contar histórias, de Vânia Dohme. Editora InformalUm guia para desenvolver as habilidades e obter sucesso na apresentação de uma história. A autora utilizou o sucesso dos cursos que realizou e transformou-os neste livro em que teorias, contos, recursos, projetos, moldes e dicas são descritos. Um livro recomendado para aqueles que se aventuram no mágico mundo de contar histórias.
O educador criativo é também um artista, pois instiga o aprendizado de seus alunos utilizando recursos que vão além do livro didático: a importância da arte na educação cumpre com esta função.
A importância do desenvolvimento criativo
O artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da ONU - Organização das Nações Unidas – afirma que “toda criança tem o direito ao descanso e ao lazer, e a participar de atividades de jogo e recreação, apropriadas à sua idade, e a participar livremente da vida cultural e das artes".
Sem dúvida alguma, participar da vida cultural e artística do país é essencial para o desenvolvimento e o aprendizado das crianças, pois coloca-as frente a frente com a diversidade de produções provenientes das artes plásticas, da dança, da música e do teatro. Num país cheio de regionalismos como o Brasil, essas ações tornam-se ainda mais importantes, visando a quebra de preconceitos e o aprendizado das várias manifestações de cada localidade.
A criatividade tende a se aprimorar a partir da identificação e do conhecimento, por parte do aluno, de novos espaços de criação individual ou coletiva: exposições, museus, acervos, peças de teatro, apresentações de dança e de música, feiras literárias, feiras de artesanato e antiguidades, todos esses são locais que reúnem trabalhos que se renovam constantemente, por isso seus idealizadores devem estar sempre inovando. Exemplos disso são a Bienal das Artes e as semanas de moda, eventos que, normalmente, ocorrem nos grandes centros urbanos. A sala de aula pode e deve ser um espaço criativo: representação de personagens literários cujas obras foram lidas em classe, reprodução livre de obras de arte (apenas inspiradas em certos temas ou autores) usando técnica diferente daquela usada pelo pintor, reescrita de história com alteração do final ou simplesmente trabalhos livres utilizando sucata, desenvolvem o imaginário da criança, sua capacidade para inventar, para discernir o real do fictício, aprimorar o pensamento lógico, as expressões verbal e corporal e a atenção. Somam-se a tudo isto a socialização, a afetividade, a capacidade para trabalhar colaborativamente (às vezes, um trabalho em dupla traz ótimos resultados) e a própria criatividade para resolver problemas: se um aluno não tem habilidade para pintar, de que outra forma ele pode cumprir com a tarefa de colorir uma paisagem, por exemplo?
No caso de pequenas dramatizações em sala de aula, a criatividade estará presente no momento de se reproduzir um texto e transpor a linguagem literária para a linguagem teatral, fazendo uso simultâneo da expressão corporal e facial. Também será preciso imaginação para a criação cenográfica, estimulando o aluno a perceber o que vem em primeiro plano e o que pode aparecer discretamente no palco. A mesma criatividade será necessária para os cuidados com as vestimentas e objetos que caracterizam a peça remontada. Foi-se o tempo em que o aluno respondia passivamente às exigências artísticas feitas por seus professores: diante da diversidade de produtos disponíveis e das maravilhas de seus efeitos, a criatividade assume o lugar da reprodução fiel e cede espaço para a descoberta de novos talentos.
Para saber mais:
32 idéias divertidas que auxiliam o aprendizado, de Vânia Dohme. Editora InformalApresenta 32 atividades que podem ser aplicadas em sala de aula ou ao ar livre, como reforço de aprendizagem de forma agradável. O livro promove maior participação, aumentando a interação professor/aluno e estimula o trabalho em equipes e a colaboração. Aborda temas transversais como ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde e educação sexual.
Técnicas de contar histórias, de Vânia Dohme. Editora InformalUm guia para desenvolver as habilidades e obter sucesso na apresentação de uma história. A autora utilizou o sucesso dos cursos que realizou e transformou-os neste livro em que teorias, contos, recursos, projetos, moldes e dicas são descritos. Um livro recomendado para aqueles que se aventuram no mágico mundo de contar histórias.
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Criatividade
Construir Palhaços
Oficina de idéias - Atividades
Palhaços – Alegria da criançada
Atividade: construção de palhaços, reutilizando embalagens (caixinhas de guache da Faber Castell).
Objetivos :
Proporcionar às crianças o conhecimento e a confecção de brinquedos simples que proporcionem de interação e lazer.
Desenvolver a criatividade, a socialização e a percepção entre os vários materiais, aprofundando o conhecimento sobre o processo envolvido na transformação da matéria prima (sucata) em produto (personagem).
Desenvolver a coordenação viso-motora, harmonia e composição tanto no desenho como na escolha das cores e materiais.
Referências importantes :
Hoje as atenções do mundo estão se voltando para o consumo de produtos de forma consciente uma vez que se todos os habitantes da Terra consumissem como os dois países ricos, seriam necessários 4 planetas iguais ao nosso atender a todo esse consumo; sendo assim é necessário que todos os seres humanos façam a sua parte.
Estamos sugerindo um palhacinho que reutiliza as embalagens de guache Faber Castell.
Palhaço e circo: um não vive sem o outro.
No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra. Andavam de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seu talento ilusionista.
Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade e o que não agradava era imediatamente tirado do programa.
O circo com suas características itinerantes, aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha o palhaço como seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo.
O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o brasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.
Os palhaços mais conhecidos do Brasil foram: Carequinha, Piolin, Arrelia e Chicarrão.
Com a chegada da televisão nos lares de todo o Brasil o circo foi perdendo público dia a dia e hoje os poucos circos que restam, sobrevivem com muita dificuldade e os palhaços, muitas vezes têm um emprego durante o dia e fazem os espetáculos à noite para poderem manter sua família.
As crianças ficam fascinadas pelos palhaços e suas palhaçadas e riem a valer pois muitas acreditam nas lorotas contadas por eles.
Material utilizado: • EcoLápis Grafite Faber Castell • EcoLápis de Cor Bicolor Faber Castell ou Canetinhas Faber Castell • Cola Branca Cole Bem Faber Castell • papel crepom com cores variadas • linha de bordar • ¼ de folha de cartolina branca • tesoura • régua • sucata (caixinha vazia de guache Lavável da Faber Castell).
Modo de fazer:
1. Risque o molde em cartolina branca. Recorte e vinque nas linhas pontilhadas. Encape a caixinha de guache lavável Faber Castell.
2. Desenhe a carinha do palhaço utilizando os EcoLápis de cor Bicolor da Faber Castell ou canetinhas coloridas da Faber Castell.
3. Faça o chapéu palhaço em cartolinha branca pintada com EcoLápis de cor Bicolor Faber Castell ou canetinhas coloridas Faber Castell. Faça como um cone ou uma cartolina. Moldes abaixo. Cole na cabeça do palhacinho.
4. Corte duas tias de papel crepom no tamanho 10 x 40 cem. Picote dos dois lados. Franza cada tira pelo meio e amarre com linha de bordar para fazer o pom pom. Com cola branca Cole Bem de Faber Castell cole um pom pom de cada lado do palhaço.
5. Corte um círculo com 10 cm de diâmetro em cartolina e reserve. Corte uma tira de crepom na medida de 10 x 50 cm (escolha uma cor), corte a segunda tira na medida 12 x 50 (escolha uma outra cor). Cole as duas por uma das laterais de 50 cm, vá franzindo e colando essa tira de maneira a forma o colarinho do palhaço.
6. Cole sob o palhaço... Pronto, seu palhaço está pronto.
Sugestão de pesquisa:
Peça aos seus alunos que conversem com os pais e avós. Quais lembranças eles tem de palhaços, circos, enfim dos números que aconteciam nos espetáculos circenses.
Pesquisem sobre situações de entretenimento do passado e atuais.
Se conhecerem alguém que trabalhou em circo, peça que façam uma entrevista.
Pesquisem sobre a situação financeira que os circos e palhaços enfrentam hoje, a falta de público, a situação dos bichos que vivem em jaulas para se apresentarem nos espetáculos, as famílias circenses, etc.
Professor, se for possível leve seus alunos para assistirem um espetáculo no circo, eles nunca mais se esquecerão do que lá vão ver, pois a maioria dos pais não levam seus filhos ao circo.
Sugestão: criem outros personagens, utilizando embalagens vazias. Você estará desenvolvendo sua criatividade, reaproveitando embalagens e praticando o consumo consciente.
Palhaços – Alegria da criançada
Atividade: construção de palhaços, reutilizando embalagens (caixinhas de guache da Faber Castell).
Objetivos :
Proporcionar às crianças o conhecimento e a confecção de brinquedos simples que proporcionem de interação e lazer.
Desenvolver a criatividade, a socialização e a percepção entre os vários materiais, aprofundando o conhecimento sobre o processo envolvido na transformação da matéria prima (sucata) em produto (personagem).
Desenvolver a coordenação viso-motora, harmonia e composição tanto no desenho como na escolha das cores e materiais.
Referências importantes :
Hoje as atenções do mundo estão se voltando para o consumo de produtos de forma consciente uma vez que se todos os habitantes da Terra consumissem como os dois países ricos, seriam necessários 4 planetas iguais ao nosso atender a todo esse consumo; sendo assim é necessário que todos os seres humanos façam a sua parte.
Estamos sugerindo um palhacinho que reutiliza as embalagens de guache Faber Castell.
Palhaço e circo: um não vive sem o outro.
No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra. Andavam de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seu talento ilusionista.
Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade e o que não agradava era imediatamente tirado do programa.
O circo com suas características itinerantes, aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha o palhaço como seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo.
O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o brasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.
Os palhaços mais conhecidos do Brasil foram: Carequinha, Piolin, Arrelia e Chicarrão.
Com a chegada da televisão nos lares de todo o Brasil o circo foi perdendo público dia a dia e hoje os poucos circos que restam, sobrevivem com muita dificuldade e os palhaços, muitas vezes têm um emprego durante o dia e fazem os espetáculos à noite para poderem manter sua família.
As crianças ficam fascinadas pelos palhaços e suas palhaçadas e riem a valer pois muitas acreditam nas lorotas contadas por eles.
Material utilizado: • EcoLápis Grafite Faber Castell • EcoLápis de Cor Bicolor Faber Castell ou Canetinhas Faber Castell • Cola Branca Cole Bem Faber Castell • papel crepom com cores variadas • linha de bordar • ¼ de folha de cartolina branca • tesoura • régua • sucata (caixinha vazia de guache Lavável da Faber Castell).
Modo de fazer:
1. Risque o molde em cartolina branca. Recorte e vinque nas linhas pontilhadas. Encape a caixinha de guache lavável Faber Castell.
2. Desenhe a carinha do palhaço utilizando os EcoLápis de cor Bicolor da Faber Castell ou canetinhas coloridas da Faber Castell.
3. Faça o chapéu palhaço em cartolinha branca pintada com EcoLápis de cor Bicolor Faber Castell ou canetinhas coloridas Faber Castell. Faça como um cone ou uma cartolina. Moldes abaixo. Cole na cabeça do palhacinho.
4. Corte duas tias de papel crepom no tamanho 10 x 40 cem. Picote dos dois lados. Franza cada tira pelo meio e amarre com linha de bordar para fazer o pom pom. Com cola branca Cole Bem de Faber Castell cole um pom pom de cada lado do palhaço.
5. Corte um círculo com 10 cm de diâmetro em cartolina e reserve. Corte uma tira de crepom na medida de 10 x 50 cm (escolha uma cor), corte a segunda tira na medida 12 x 50 (escolha uma outra cor). Cole as duas por uma das laterais de 50 cm, vá franzindo e colando essa tira de maneira a forma o colarinho do palhaço.
6. Cole sob o palhaço... Pronto, seu palhaço está pronto.
Sugestão de pesquisa:
Peça aos seus alunos que conversem com os pais e avós. Quais lembranças eles tem de palhaços, circos, enfim dos números que aconteciam nos espetáculos circenses.
Pesquisem sobre situações de entretenimento do passado e atuais.
Se conhecerem alguém que trabalhou em circo, peça que façam uma entrevista.
Pesquisem sobre a situação financeira que os circos e palhaços enfrentam hoje, a falta de público, a situação dos bichos que vivem em jaulas para se apresentarem nos espetáculos, as famílias circenses, etc.
Professor, se for possível leve seus alunos para assistirem um espetáculo no circo, eles nunca mais se esquecerão do que lá vão ver, pois a maioria dos pais não levam seus filhos ao circo.
Sugestão: criem outros personagens, utilizando embalagens vazias. Você estará desenvolvendo sua criatividade, reaproveitando embalagens e praticando o consumo consciente.
Arte e Educação
RESUMO
O texto tem o enfoque para o aluno enquanto protagonista do processo educativo. Além da importância do ambiente de diálogo e de escuta entre instituições de ensino, professores e alunos. Além do mais, as aulas de artes visuais podem / devem ser envolventes numa busca de desvincular a aula apenas ao ambiente da escola. O professor deve explorar todas as possibilidades de uso de imagens e culturas diferentes, das novas tecnologias e experiência do aluno.
CITAÇÕES
“Ainda não aplicamos os conselhos de Paulo Freire.”“A Arte é parte integrante da cultura visual de cada época, que se modifica quando mudam as relaçoes de poder e de saber.”“O envolvimento do alunado no processo de ensino e aprendizagem é, sem dúvida, o princípio fundamental para termos aulas mais instigantes e envolventes.”“As images elaboradas em culturas diferentes colaboram para que possamos ver os valores da nossa sociedade por outra ótica.”
COMENTÁRIOS
Existe um pré-conceito – incorporado até mesmo por uma parcela de professores de artes visuais – de que o ensino de arte tem menos importância do que outras disciplinas. O desestimulo por parte de professores e alunos é evidente. Os alunos por sua vez “empurram com a barriga.” As aulas tornam-se chatas por desinteresse e desinformação do professor de arte. Nesta perspectiva o aluno é considerado uma folha em branco incapaz de questionamentos e da produção de algo novo. Infelizmente o professor reproduz em sala de aula aquilo que ele acredita (ou desacredita).
IDEAÇÃO
Não podemos duvidar das potencialidades do alunado. O processo educativo se faz através da escuta e do diálogo. Deve ser como uma ponte onde todos os envolvidos possam caminhar. Ir e vir na busca da solução dos problemas da escola e de seu entorno. A comunidade deve estar envolvida e neste caso a experiência mostra que a participação dela é importantíssimo para saltos qualitativos. Neste contexto a arte tem se mostrado eficaz não apenas pela apropriação do aluno no processo educativo e na absorção de novos conhecimentos, mas, sobretudo, nas mudanças significativas da comunidade.
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Arte,
Arte e Educação,
Educação pela arte
Se me puderes ouvir
O poder ainda puro das tuas mãos
é mesmo agora o que mais me comove
descobrem devagar um destino que passa
e não passa por aqui
à mesa do café trocamos palavras
que trazem harmonias
tantas vezes negadas:
aquilo que nem ao vento sequer
segredamos
mas se hoje me puderes ouvir
recomeça, medita numa viagem longa
ou num amor
talvez o mais belo
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José Tolentino Mendonça,
Poesia
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Alice Vieira fala sobre hábitos de leitura
A biblioteca municipal de Cantanhede propõe para amanhã, (29 de Fevereiro) um “Encontro com… Alice Vieira”. A escritora lisboeta vai reunir-se com os jovens e menos jovens para falar sobre leitura e os hábitos de leitura. A iniciativa, segundo o departamento de Cultura autárquico, é promover a troca de ideias sobre os livros, quem escreve e quem lê.Ao longo de todo o dia Alice Vieira vai estar em três encontros de forma a chegar a todos os diferentes públicos. Os dois primeiros momentos de reflexão são destinados aos alunos do 6.º ano das escolas do concelho de Cantanhede, que estão a estudar uma obra da escritora. Às 10h00, os alunos da escola EB 2+3 de Cantanhede são os primeiros a estar com Alice Vieira., e às 15h00 é a vez de os alunos de Febres e da Tocha partilharem opiniões com a autora da obra que estão a analisar nas suas aulas.O dia de Alice Vieira termina à noite, por volta das 21h30, altura em que tem o terceiro encontro com o Clube de Leitura da Biblioteca, um grupo de mais de uma dezena de pessoas que reúne quinzenalmente para discutir as mais variadas obras literárias.Esta última reunião, refira-se, é, também, aberta a todo o público interessado em conhecer melhor esta conceituada autora.E porque é, efectivamente, uma escritora reconhecida internacionalmente, em jeito de apresentação pode dizer-se que a primeira publicação de Alice Vieira data de 1979. Desde essa data tem publicado variados livros direccionados sobretudo para crianças e jovens e, actualmente, é considerada uma das mais importantes escritoras portuguesas de literatura infanto-juvenil.Precisamente pela sua importância, as obras de Alice Vieira estão editadas, também, no estrangeiro e traduzidas em várias línguas. Mais de 30 anos depois do lançamento do primeiro livro, a escritora (que também foi jornalista no início dos anos 70) contabiliza no seu currículo mais de meia centena de títulos publicados.Currículo que conta com os mais variados prémios, com destaque para o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra, em 1994, mas antes, em 1979, já tinha recebido o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com “Rosa Minha Irmã Rosa”, e em 1983 “Este rei que eu escolhi”, valeu-lhe o prémio Calouste Gulbenkian de Literatura.A culminar o seu vasto currículo, Alice Vieira foi indicada pela secção portuguesa do International Board on Books for Young People (IBBY) como candidata portuguesa ao prémio Hans Christian Andersen, um dos mais prestigiados galardões internacionais no domínio da literatura infanto-juvenil.
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Alice Vieira,
Escritores,
Sociedade
Professores são profissão em que portugueses mais confiam
Os professores são a profissão em que os portugueses mais confiam e também aquela a quem confiariam mais poder no país, segundo uma sondagem mundial efectuada pela Gallup para o Fórum Económico Mundial (WEF). Os professores merecem a confiança de 42 por cento dos portugueses, muito acima dos 24 por cento que confiam nos líderes militares e da polícia, dos 20 por cento que dão a sua confiança aos jornalistas e dos 18 por cento que acreditam nos líderes religiosos. Os políticos são os que menos têm a confiança dos portugueses, com apenas 7 por cento. Relativamente à questão de quais as profissões a que dariam mais poder no seu país, os portugueses privilegiaram os professores (32 por cento), os intelectuais (28 por cento) e os dirigentes militares e policiais (21 por cento), surgindo em último lugar, com 6 por cento, as estrelas desportivas ou de cinema. A confiança dos portugueses por profissões não se afasta dos resultados médios para a Europa Ocidental, onde 44 por cento dos inquiridos confiam nos professores, seguindo-se tal como em Portugal os líderes militares e policiais, com 26 por cento. Os advogados, que em Portugal apenas têm a confiança de 14 por cento dos inquiridos, vêm em terceiro lugar na Europa Ocidental, com um quarto dos europeus a darem-lhes a sua confiança, seguindo-se os jornalistas, que são confiáveis para 20 por cento. Em ultimo lugar na confiança voltam a estar os políticos, com 10 por cento. A nível mundial, os professores são igualmente os que merecem maior confiança, de 34 por cento dos inquiridos, seguindo-se os líderes religiosos (27 por cento) e os dirigentes militares e da polícia (18 por cento). Uma vez mais, os políticos surgem na cauda, com apenas 8 por cento dos 61.600 inquiridos pela Gallup, em 60 países, a darem-lhes a sua confiança. Os professores surgem na maioria das regiões como a profissão em que as pessoas mais confiam. Os docentes apenas perdem o primeiro lugar para os líderes religiosos em África, que têm a confiança de 70 por cento dos inquiridos, bastante acima dos 48 por cento dos professores, e para os responsáveis militares e policiais no Médio Oriente, que reúnem a preferência de 40 por cento, à frente dos líderes religiosos (19 por cento) e professores (18 por cento). A Europa Ocidental daria mais poder preferencialmente aos intelectuais (30 por cento) e professores (29 por cento), enquanto a nível mundial voltam a predominar os professores (28 por cento) e os intelectuais (25 por cento), seguidos dos líderes religiosos (21 por cento). A Gallup perguntou «em qual deste tipo de pessoas confia?», indicando como respostas possíveis políticos, líderes religiosos, líderes militares e policiais, dirigentes empresariais, jornalistas, advogados, professores e sindicalistas ou «nenhum destes», tendo esta última resposta sido escolhida por 28 por cento dos portugueses, 26 por cento dos europeus ocidentais e 30 por cento no mundo. A Gallup questionou «a qual dos seguintes tipos de pessoas daria mais poder no seu país?», dando como opções políticos, líderes religiosos, líderes militares e policiais, dirigentes empresariais, estrelas desportivas, músicos, estrelas de cinema, intelectuais, advogados, professores, sindicalistas ou nenhum destes. A opção «nenhum destes» foi escolhida por 15 por cento em Portugal, 19 por cento na Europa Ocidental e 23 por cento a nível internacional. Diário Digital / Lusa
domingo, 27 de janeiro de 2008
Fernando Lanhas
Poderá dizer-se que é um homem dos sete ofícios, uma vez que ao longo da sua longa vida fez incursões pela arquitectura, pintura, desenho, poesia, arqueologia, astronomia, cosmologia, ciência, etnografia e coleccionismo. Mas, Fernando Lanhas é, essencialmente, um interessado no saber e curioso pela origem de tudo. Hoje, a Galeria JN, no Porto, abre as portas a 15 pinturas e um desenho, que compõem a exposição "Fernando Lanhas, hoje".É um dos pioneiros da abstracção geométrica, mas, apesar de tudo, não se considera pintor, diz apenas que a arte, a pintura, é, para si, um pretexto que o leva a conhecer mais sobre o Mundo. O que cria - assim tem acontecido ao longo de mais de 60 anos de trabalho artístico - insere-se na procura da origem, dos porquês da arte e até da vida. É um dos mais conhecidos nomes da arte contemporânea portuguesa e, a partir de hoje, na Galeria do "Jornal de Notícias", no Porto, poder-se-á ver um conjunto significativo de pinturas, incluindo as suas obras mais recentes, até agora inéditas. "Fernando Lanhas, hoje" traduz, de certa maneira, o percurso de uma vida dedicada à arte, que, ainda hoje, apesar dos 84 anos de idade, Fernando Lanhas não abdica. Aqui, estarão, entre outras, obras (pinturas sobre tela) acabadinhas de sair do seu ateliê, uma vez que foram concluídas neste ano.
JNEsta exposição integra o quê, concretamente?
Fernando LanhasPintura, sobretudo a concebida de há cinco anos para cá. E até tenho alguns muito, muito recentes, um ou outro só agora é que saíram do estúdio. Vieram de lá para a exposição no JN.
Pode falar sobre o seu processo de criação na pintura?
Não. E sabe porquê, porque está a falar com uma pessoa com um entendimento do homem e até de si próprio, muito especial, portanto, é dificil explicar-lhe. Até porque recuso o título de pintor.
Recusa? Mas, não se assume como pintor?
Sim, recuso, pintor não sou. Os pintores são homens ou mulheres com capacidades de desenho e de saber colorir, que, por vezes, por processos técnicos, conseguem impressionar os outros. O nível exigido para a designação da pintura é raro. A pintura por definição lembra a arte e a arte não se entende, pois o juízo de valor que damos à nossa obra é nosso, dos homens. Quem pode saber melhor? Não sabemos! O tempo é um colaborador enigmático e implacável e o tempo também é dos homens, não somos nós quem sabemos mais.
Considera que a sua formação de arquitecto influenciou e contribuiu para o seu estilo de pintura?
A formação técnica decide um comportamento como uma moral. Essa moral acompanha-nos na vida. Uma moral com um compromisso que está presente, porque uma educação tornou diferente. Agora, também acho que a arquitectura acampanha o homem, antes até da sua apreciação escusada entre dois calhaus preparados, um dos quais era, seria, o mais perfeito. Essa ideia de valorizar não mais desapareceu do homem e temos disso alguns exemplos, como nas colecções de pedras talhadas em todos os museus do Mundo.
Já sabemos que não se assume como pintor e como artista? Gostaríamos de saber como é que se define como artista?
Se efectivamente a noção de arte nos aparece quase inacessível pela indigência da sua objectividade, aquela objectividade que os matemáticos sabem e a filosofia da arte diz, o conceito de homem fazedor de arte mantém o mesmo segredo. Alguns artistas pressentem um mundo que não sabem como acontece. A arte cai e não podemos obrigar o momento. Dizer por palavras a existência da arte e do próprio observador, gente como nós é assumir a arte como um mundo magnífico, acontecido no planeta e decerto já surgido milhões de vezes no universo.
E arte? Como define a arte?
Respondo sempre da mesma maneira, julgo até que já lhe disse uma vez. A arte é um fenómeno intrínseco à espécie humana. Um voo liberto e incontido pelo homem. A arte é um princípio ajustado àqueles que a fazem. É um fenómeno de intimidade ainda não entendido. Mas também é um acto de comunicação, aliás, o interesse sôfrego da comunicação cai no final da primeira infância acompanhando o uso da fala. A arte está por explicar, a arte não é um ser. Pode a arte ter fixado um rumo, na procura de estímulos e sensações. Será uma figura do espírito humano com lógica discutível. Assim, a regra é aí omitida, valendo a exigência do tempo que é feita. Somos nós os homens quem assim pensa. A arte não existe fora do homem.
Acha, então, que a faculdade mental que nos distingue poderá explicar o aparecimento da arte?
Pois, a faculdade cerebral que nos distingue poderá, na verdade, explicar o surgimento da arte. O homo sapiens vindo de África, e após demorada migração, chega ao ocidente da Europa. Então, há uns 40 mil anos convive com o homo sapiens neanderthalensis, aqui já fixado desde longa data, na linha do homo heidelbergerensis, um derivado do homo erectus. Ora, a entidade humana do homo de neanderthal era, no entanto, insuficiente. O homo sapiens sapiens, mais inteligente, observa um dia, no homo neanderthal, um estranho sentido, o sentido estético. Importa referir que a datação deste tempo tem sido garantida pela descoberta do ADN mitocondrial nos vestígios fósseis, permitindo uma análise correcta. Sendo a duração média de vida, nesse tempo, muito baixa, oscilando pelos 17 anos, pode deduzir-se que as primeiras experiências da arte tenham sido executadas por jovens. A novidade vem da juventude. Falar da génese da arte impõe o conhecimento do fundamento da arte. Sabemos que a arte resulta de uma excitação causada por estímulos que actuam sobre os sentidos. Como isso aconteceu, não sabemos.
Com muitos e muitos anos de trabalho artístico, acha que a sua obra é entendida e suficientemente reconhecida?
Pinto já antes de 1940, já lá vão muitos e muitos anos. E a sua pergunta é difícil, porque o entendimento da arte vem depois, ou seja, antes da arte ser feita e de dar os seus frutos (se der!...), não pode ser ajuízada. O reconhecimento acontece um dia se houver uma razão. Vamos lá a ver, mas agora não sei....Poderemos dizer que está satisfeito com as suas criações?Bem, não sei fazer de outra maneira, mas também não me preocupo muito com isso, porque não entendo um artista satisfeito. Um artista satisfeito também não se entende, porque ainda não sabemos o que o artista quer, acho até que, seriamente, nem ele sabe."Fernando Lanhas, hoje" está à porta, ou seja, abre hoje.
O que sente quando está no momento próximo a uma espécie de "julgamento" dos outros?
Sinceramente, não sinto nada de especial. Não me interessa muito o julgamento que os outros poderão fazer sobre a minha obra. É claro que fico satisfeito se gostarem, mas o importante é que eu, no conjunto, me sinta minimamente bem com o trabalho realizado. Mas, confesso que esse aspecto não me afecta muito, porque as minhas preocupações são muito diferentes.
Diga, por exemplo, uma das suas preocupações?
A existência da existência que não se entende.O tema da morte tem sido tratado ao longos dos tempos por muitos escritores, poetas, pintores. Já alguma vez reflectiu e abordou plasticamente a morte?Não, em termos de pintura, abordei através de outras expressões, designadamente através de um poema. Acho a morte uma coisa natural e, portanto, não penso nela. O que quer que lhe diga, só sei uma coisa: o nosso conhecimento actual leva-nos a um absurdo. Temos conhecimento de muito mais do que não podemos saber. Recordo apenas de ter tratado a questão da morte num poema que publiquei no livro "Vida/fenómenovivo" e a que dei mesmo o nome de "A morte". Posso ler?Claro, faça o favor...Na terra, nos primeiros milhares ou milhões de anos / a Morte não havia. Não tinha que existir./ A auto-conservação feita por bipartição do corpo/ celular, mitose, não exigia a perda de qualquer porção da célula original.Pela crescente complexidade das formas de vida, /o aparecimento da Morte tornou-se evidente.Será comum em todo o Universo.No homem, a ideia da Morte/ e o seu significado afectivo, / deverá remontar a 50.000 anos,/ seguindo o desenvolvimento da sua faculdade inteligente/ e a sensibilidade que o define.
A existência da existência que não se entende.O tema da morte tem sido tratado ao longos dos tempos por muitos escritores, poetas, pintores. Já alguma vez reflectiu e abordou plasticamente a morte?Não, em termos de pintura, abordei através de outras expressões, designadamente através de um poema. Acho a morte uma coisa natural e, portanto, não penso nela. O que quer que lhe diga, só sei uma coisa: o nosso conhecimento actual leva-nos a um absurdo. Temos conhecimento de muito mais do que não podemos saber. Recordo apenas de ter tratado a questão da morte num poema que publiquei no livro "Vida/fenómenovivo" e a que dei mesmo o nome de "A morte". Posso ler?Claro, faça o favor...Na terra, nos primeiros milhares ou milhões de anos / a Morte não havia. Não tinha que existir./ A auto-conservação feita por bipartição do corpo/ celular, mitose, não exigia a perda de qualquer porção da célula original.Pela crescente complexidade das formas de vida, /o aparecimento da Morte tornou-se evidente.Será comum em todo o Universo.No homem, a ideia da Morte/ e o seu significado afectivo, / deverá remontar a 50.000 anos,/ seguindo o desenvolvimento da sua faculdade inteligente/ e a sensibilidade que o define.
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Fernando Lanhas
A arte de Rivera
Infiel e fanfarrão marido da frágil e doente Kahlo, muito mais famoso em vida que a sua jovem mulher, Diego Rivera chega a ser apresentado, em registos enciclopédicos, quase só como "o marido de Frida". A recente passagem do cinquentenário da sua morte (24 de Novembro de 1957) está, no entanto, a despertar um novo interesse pela obra do muralista mexicano. Aquele movimento, em que participa com Orozco e Siqueiros, é considerado por James Maples "um dos fenómenos mais intrigantes da pintura do século XX", pela forma como acaba por conciliar uma resposta aos ideais comunistas com uma liberdade formal e estética sem paralelo, por exemplo, na URSS.Ao contrário de Siqueiros e Orozco, nos anos da revolução de Zapata e Pancho Villa, que ele irá imortalizar com os seus pincéis, Rivera viveu, entre 1909 e 1920, na Paris de Picasso e de Juan Gris. Nessa época, contactou com os frescos dos renascentistas italianos a ponto de Jorge Volpi escrever, no El País, que "o comunismo ocupou para ele um espaço idêntico ao da Igreja Católica para os seus antecessores, e o seu panteão de heróis revolucionários rivaliza com a vasta iconografia religiosa". Acerca de Diego, nas últimas décadas, têm sido destacados dois aspectos: a sua relação machista com Frida e um assumido comunismo impresso na obra. No primeiro caso, aquela relação entre "o elefante e a pomba", essa alusão ao corpanzil do muralista das grandes dimensões e à magreza da pintora das telas pequenas, chega ao ponto de Rosa Montero, ao escrever sobre Khalo, o definir como um "cara de batráquio", "personagem inqualificável" e de comportamento "abominável". Ora, "Fisita", como Frida assinava as cartas e os recados que lhe mandava, apesar das mútuas traições conjugais, tratava-o com expressões como "meu amor", "menino dos meus olhos" ou "amor de todos os corações".Sobre a sua filiação estilística, no decorrer dos anos, como escreve Andrea Kettenmann na monografia que fez para a Taschen e onde o considera um "artista fora de série", a obra de Rivera acabou "por ser vista insepara- velmente ligada ao realismo socialista". E esse juízo pode ser precipitado. "O estilo dos seus murais", sustenta, "até mesmo a sua estética, baseada nos seus estudos de frescos renascentistas italianos, das proporções clássicas, das formas das esculturas pré-colombianas, do espaço cubista e da representação futurista do movimento, têm, ao fim e ao cabo, pouco em comum com o realismo socialista."E talvez seja agora tempo de se redescobrir Diego Rivera. Afinal, como conclui a monografia, ele "criou imagens universais que ainda hoje impressionam".
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