quinta-feira, 22 de maio de 2008

Motivação e Aprendizagem



Pensa-se, pela importância enorme que o tema da motivação dos alunos adquire na prática docente, que um modelo criativo de ensino pode ser um excelente antídoto contra a passividade, o aborrecimento, a falta de iniciativa e a desmotivação institucionalizada que existem na escola.A criatividade, quando posta em prática nas suas múltiplas formas, contém, necessariamente, os mecanismos próprios da motivação autónoma, geradora, ela própria, de criatividade.Se os projectos operativos, propostos pelo professor, estimularem os interesses e as necessidades do aluno, a receptividade será, logo à partida, muito maior. O aluno considerará cada projecto como uma empresa pessoal, veículo das suas próprias ideias, possibilidade de concretização de alguns dos seus desejos ou expressão de muitos dos seus gostos.O dinamismo e a diversidade que integram a expressão criativa constituem, ao nível do pensamento, da acção e da decisão, dois dos mais fortes processos motivadores de qualquer actividade.


Dar uma aula é um problema de comunicação entre professor e alunos, não é simplesmente uma questão de falar, nem de falar bem.Mais do que uma simples mensagem intelectual, é um recado emocional.Correndo o risco de não haver aula, é necessário estabelecer a ligação “coração a coração”.Esta ligação emocional entre o professor e a turma faz-se exactamente através do primeiro momento, das primeiras palavras proferidas. É no contacto inicial que se capta e retém a boa vontade dos alunos e se cria a empatia. Não é por acaso que todas as técnicas de comunicação referem como essenciais os primeiros cinco minutos.Na primeira aula, o professor deve empenhar-se num jogo de sedução e, tal como a raposa de O Principezinho (de Saint-Exupéry), “cativar” deverá ser o seu objectivo. Depois, basta sedimentar os laços de afectividade que são insubstituíveis e não podem estar ausentes no ensino, seja qual for o nível etário dos alunos.Independentemente do assunto a abordar e em qualquer fase de aprendizagem, é preciso que em todos os momentos iniciais se defina o conteúdo de cada aula. Os alunos devem saber com exactidão, o que se espera deles. Desta forma, há que ter em consideração os aspectos individuais existentes no grupo/turma, evitando ser demasiado exigente ou demasiado benevolente.De um modo geral, e salvo raras excepções, surge um vasto leque de reacções perante a disciplina ou o assunto a tratar: cabe ao professor gizar as estratégias, de acordo com esta diversidade, promovendo trabalho de grupo ou individual e procurando o apoio escrito ou audiovisual. As tarefas a desempenhar, com maior ou menor autonomia, devem ser adaptadas ao grau de dificuldade manifestado.A motivação dos alunos para as actividades da aula depende de muitos factores, tais como a idade, sexo, aptidão intelectual, situação económica, social e familiar e traços individuais da personalidade.Analisando os tipos mais comuns, encontramos:• o aluno automotivado, que não precisa de estímulo. Gere a sua aprendizagem apoiado por um conjunto de factores culturais, com base na família e nos recursos que lhe são fornecidos extra-escola (actividades artísticas, visitas a museus e bibliotecas, acesso a bibliografia, etc.). Podemos inseri-lo num meio socioeconómico mais favorecido, muitas vezes enfastiado com a ignorância dos colegas). É um aluno que não aparece com frequência no sistema de ensino português (e nem sempre associado a um comportamento exemplar).• o aluno médio, que necessita continuamente do estímulo do professor para prosseguir. Não se mostra entusiasmado, nem tão pouco desmotivado, mas revela “altos e baixos” no aproveitamento. Menos raro que o anterior, não causa grandes problemas nem exige “altos voos” a quem ensina.Há ainda um terceiro grupo, dificílimo de motivar, que constitui um caso sério para os professores:• o aluno desmotivado. Muito frequente nas nossas escolas, é ele que transforma o acto de educar num constante desafio. Não se impressiona com as artes de magia através das quais lhe queremos transmitir a matéria. O que estimula os outros, provoca-lhe indiferença ou troça. Alheio a todo o tipo de actividades de classe, entretém-se a bocejar ou a desestabilizar. Neste último caso, estamos perante o provocador nato. Pertence, quasesempre, a classes sociais diametralmente opostas: média/alta ou de nível sócio-cultural muito baixo.As razões que levam estes jovens a ser insensíveis aos estímulos são diversas. No primeiro caso, porque estes não lhes dizem nada: ou já os conhecem, ou têm acesso a meios de informação mais sofisticados, ou têm solicitações sociais mais motivadoras.No segundo caso, porque não encontram qualquer tipo de relação entre os seus interesses e aspirações e o conteúdo das matérias que lhes são transmitidas. Nada do mundo exterior, nenhum episódio da sua experiência vivencial tem ligação com o que se passa na aula.Então, como motivá-los?O professor deverá, primeiramente, assegurar a empatia e despertar a curiosidade do aluno. Uma boa relação pedagógica professor/aluno é facilitadora da aprendizagem e resolve uma grande parte do problema. O aluno tem de aprender a gostar de aprender. O professor tem de saber incutir-lhe esse gosto.Só assim se poderá avançar, quer no campo afectivo, quer no domínio cognitivo para, depois, passar à fase seguinte: ensinar a estudar.É, no entanto, necessário ter em conta que há alunos que adquirem cedo esta capacidade ou habilidade, interiorizando métodos de trabalho e de estudo numa fase precoce, e outros que não sabem sequer gerir o seu espaço físico, cuidar da sua higiene, ou mesmo relacionar-se com os outros.O ambiente familiar poderá estar entre as várias razões na origem desta incapacidade.Neste contexto, motivar estes alunos para a escola passa por educá-los, em primeiro lugar, na sua vida diária. Princípios básicos de higiene pessoal, gestão do tempo, organização do material e empenho em actividades de lazer devem ser interiorizados, para de seguida, cativar os alunos para a aprendizagem e para a escola em geral.Daqui se conclui que, numa primeira fase, se ponha de parte a informação e se proceda, de imediato, a um programa de inserção dos alunos na escola. A inserção na escola dos alunos incluídos no terceiro grupo pode depender desta componente, estimulando-os a colaborar, numa base de igualdade, nas actividades em que já anteriormente os seus colegas participavam. Deste modo, fica eliminada a frustração que, quase sempre, conduz aos problemas disciplinares.A escola tem uma enorme responsabilidade na formação de futuros cidadãos. De acordo com Edgar Fauvre, “a educação tem o duplo poder de cultivar ou abafar a criatividade”(*).Para que a escola contribua para a libertação de todas as potencialidades da natureza humana, terá de respeitar alguns princípios:• “preservar a originalidade e a ingenuidade criadora de cada indivíduo, sem renunciar a inseri-lo na vida real;• transmitir-lhe a cultura, sem o sobrecarregar de modelos já feitos;• favorecer a sua realização, através das aptidões, vocações e expressão próprias, sem cultivar o egoísmo;• estar apaixonadamente atento à especificidade de cada pessoa, sem esquecer que a criação é, também, um facto colectivo.”(**)(*) Aprender a Ser, Edgar Fauvre, Ed. Livraria Bertrand.(**) Ibidem, pág. 233.Apresenta-se agora, como sugestão a aplicar, um bloco formado por um questionário destinado a ensinar o aluno a conhecer-se melhor e uma ficha para o estimular a “aprender a aprender”.Questionário para ensinar o aluno a conhecer-se melhorPara teres êxito na tua vida escolar, é preciso reflectires sobre o modo como funcionas. É esse o objectivo deste questionário. Quem sabe se, através dele, consegues detectar os problemas que afectam a tua aprendizagem? Então, mãos à obra!
Sim
Não
1. Quando quero fixar e compreender o que leio, não preciso de tirar apontamentos
2. Para fixar um assunto, tomo notas, procuro documentos de apoio e tiro dúvidas junto do(a) professor(a) e dos colegas.
3. Para fixar um assunto, preciso de o ler repetidamente em voz alta.
4. Consigo recordar-me facilmente daquilo que vejo (por exemplo, um programa de televisão, um filme, uma sessão de projecção de diapositivos numa aula, etc.).
5. Se me descrevem uma pessoa, uma cena, um objecto, tenho facilidade em imaginá-los.
6. Enquanto estudo, consigo desligar-me do resto e concentrar-me no assunto a aprender.
7. Sou capaz de organizar o material necessário (caderno diário, fichas, registo de consultas, textos).
8. Tenho facilidade em organizar o meu tempo disponível, de modo a poder intercalar momentos de estudo com momentos de descanso e recreio.
9. Organizo o material escolar necessário para o dia seguinte, não deixando atrasar trabalhos que devo apresentar.
10. Tento corrigir alguns "defeitos" que me são apontados pelos meus pais, professores e colegas.
11. Procuro superar as minhas dificuldades, recorrendo ao material que me é fornecido e consultando os professores e livros de apoio.
12. Não desanimo quando tenho dúvidas ou sinto que não consigo acompanhar a matéria; não hesito em pedir ajuda.

Agora que já preencheste o inquérito sobre o teu modo de enfrentar o trabalho, discute o resultado com a tua família. Vê bem aqueles pontos em que respondeste “não” e tenta modificar o teu procedimento. Está nas tuas mãos o êxito, não deixes fugir essa oportunidade!Aprender a AprenderPara aprender é preciso ter método no estudo: mais vale estudar pouco tempo e bem, do que muito tempo e mal.Saber distribuir o tempo é fundamental. Verás que há tempo para tudo:
tempo para te divertires;
tempo para estudares;
e tempo para sonhar (que também é preciso).


Lembra-te que “sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança”! (António Gedeão).


Outras regras fundamentais:
não receies o insucesso! Estuda, não só pelas notas, mas porque aprender é um desafio e uma aventura: viver em permanente descoberta é sinal de se estar bem vivo; parar é ficar-se pela mediocridade. As notas não devem, por si só, ser um estímulo.
organiza um horário de trabalho em que contemples não só as horas de estudo, mas também as de lazer. Arranja um poster (podes fazer colagens com os teus grupos musicais preferidos) e aceita esse horário como se estivesses a trabalhar numa empresa.
se encontrares uma dificuldade, não desanimes; avança para a matéria seguinte e mais tarde volta ao princípio. Por vezes, o que se segue explica melhor aquilo que ficou para trás.
antes de te sentares a estudar, reúne o material de que precisares: lápis, canetas, régua, dicionário, cadernos; esta regra simples permite que te concentres melhor nas tarefas a realizar.
aprende a fazer esquemas, desenhos, esboços do assunto: resume à margem as partes fundamentais, salientando o que te interessa.
verifica se a tua dificuldade é devida à falta de algum conhecimento que sirva de base àquilo que estás a aprender de novo. Neste caso, estuda (ou revê) esses conhecimentos e só depois de bem dominados volta ao início da questão.
divide bem o tempo entre o estudo e as diversões (desporto, computador, música, etc.). Não precisas de renunciar a estas actividades para ser bom estudante, mas não te deves dedicar exclusivamente a elas, quando não obtiveres o êxito que esperas na tua vida escolar.
tenta ter sempre a matéria em dia; para isso, basta chegar a casa e reler o que foi feito, fazer os trabalhos e consultas aconselhadas e …nada mais!
relaciona aquilo que estás a aprender de novo com o que já aprendeste anteriormente, constituindo uma cadeia de conhecimentos. Por isso, não deves estudar apenas memorizando (sabendo as coisas de cor).
consulta o dicionário se encontrares numa frase uma ou mais palavras que te impeçam a compreensão do todo.
procura resolver os testes de avaliação da aprendizagem, sempre que os houver no teu manual de estudo. Assim, terás oportunidade de controlar o teu estudo.


A missão do professor neste campo controverso é difícil e consistirá, sobretudo, em identificar e despertar, por meio de processos didácticos e pedagógicos adequados à evolução das crianças e dos jovens, as necessidades, os interesses e, consequentemente, as motivações que existem dentro de cada aluno.As experiências dos alunos e a aceitação pelo professor dos projectos que exprimem as suas necessidades conduzem à negociação ou ao “contrato”, em que ambas as partes estarão comprometidas. Ao professor compete orientar as actividades, gizar estratégias, fornecer documentação de apoio, enfim, planear o trabalho a executar. Através deste contrato fica definido o papel do aluno e do professor e há um comprometimento de ambas as partes no plano a efectivar ao longo do ano.A aprendizagem proceder-se-á de acordo com um projecto bem definido, embora respeitando os conteúdos programáticos.Motivar o aluno requer sempre, por parte do professor, uma planificação cuidada de todas as actividades a desenvolver, para evitar “tempos mortos” e falta de ritmo entre as várias sequências de cada momento da aula.Estas capacidades, próprias do indivíduo, abrangem todos os campos de actividade: é no despertar dos gostos, das paixões, das emoções e da sensibilidade que a missão do professor se completa, que as disciplinas curriculares se interligam, que os saberes se aliam.Tudo é importante no desenvolvimento integral do aluno, não existindo fronteiras entre as várias matérias do currículo.Assim, o saber não deve ser compartimentado, mas deve, sobretudo, ser um conjunto de conhecimentos que irá formar e integrar socialmente cada indivíduo, tornando-o apto, ao sair da Escola, quer para ingressar na vida activa, quer para progredir nos estudos.Não são apenas as disciplinas curriculares que podem fornecer ao aluno o feedback de que vai precisar para atingir aqueles objectivos; as actividades de complemento curricular, quando bem estruturadas, com horários compatíveis com os dos alunos e com meios e materiais adequados, contribuem para a aquisição de técnicas que possibilitam uma melhor inserção social presente ou futura.


Constituem objectivos fundamentais das actividades extracurriculares:
fornecer ao aluno conhecimentos que as disciplinas curriculares não lhe proporcionam;
criar no aluno o gosto de estar na escola, através da execução de tarefas que ele próprio pode escolher (daí a necessidade de auscultar as preferências dos alunos no acto da matrícula);
favorecer a socialização do aluno, através da articulação com as várias áreas curriculares e, preferencialmente, com a comunidade;
criar no aluno a consciência e o sentido de cidadania europeia, por um lado, e ajudar a construir e a consolidar a sua identidade cultural nacional, por outro lado;
promover ajuda e assistência aos alunos que manifestem um ritmo mais lento de aprendizagem (salas de estudo devidamente organizadas);
educar pelo trabalho;
despertar vocações artísticas e técnicas.A escola deve constituir um espaço aberto à mudança, para que se possa concretizar um ensino de qualidade. Neste âmbito, é da máxima importância a colaboração com o meio local, a autarquia, a comunidade, a família, com escritores, jornalistas e outros intervenientes que assegurem, de algum modo, uma intervenção a nível cultural. Para se poder educar para a vida, é essencial que a mentalidade, não só dos professores, mas dos cidadãos em geral, se vá modificando. São várias as actividades educativas que se podem realizar fora da sala de aula:BibliotecaCentro privilegiado para a extensão dos conhecimentos adquiridos nas aulas, deve transformar-se em Centro de Recursos, que, incluindo a biblioteca, integrará também uma mediateca e, se possível, uma ludoteca, um clube de informática e um clube de línguas.Departamento de Comunicação e ImagemFunções:
Promover a imagem da escola através de meios adequados.
Assegurar a informação dentro e fora da escola (clube de rádio, jornal, envio de textos informativos aos meios de comunicação social, etc.).
Propor a comemoração de datas importantes, dinamizando actividades concebidas para o efeito.
Promover campanhas na escola (civismo, limpeza, educação e direitos do consumidor, hábitos de higiene, regras para uma boa alimentação, regras de comportamento à mesa, etc.).
Afixar cartazes ilustrando atitudes a observar na escola.
Criar e organizar o “Dia do Aluno” e o “Dia de Professor”.
Conceber e executar cartões de Boas-Festas e convites para os acontecimentos mais relevantes da escola.
Organizar a festa dos finalistas, em colaboração com a Associação de Alunos/Estudantes.Centro de Estudos e Formação de AlunosPode ser criado um Centro de Estudos temático, aproveitando comemorações, actividades de ordem cultural, efemérides várias, de acordo com as preferências dos alunos. A possibilidade de participação de pessoas exteriores à escola é um meio de fomentar a relação Escola/Comunidade. As reuniões poderão ser alargadas a outras instituições da zona.Pode ser ainda da responsabilidade destes centros a organização de cursos de formação nas áreas da saúde, segurança, planeamento familiar, União Europeia e outros.Compete também a estes centros a divulgação das acções através de pequenas brochuras ou publicações.Jogos FloraisAbertos a alunos, professores, auxiliares de acção educativa e encarregados de educação, com o patrocínio de autarquias e entidades comerciais, e realizados em Maio, são exposições de obras literárias/artísticas.Visitas e ExcursõesDão um cunho de autenticidade às actividades escolares, relacionam a escola com a realidade física, social e cultural e aproximam alunos e professores. Além disso, fornecem uma extensão aos conhecimentos teóricos, treinando os alunos na recolha de dados e sua análise. Deve proceder-se a uma planificação e a uma calendarização prévias das visitas, com a organização de roteiros e relatórios finais.


Teatro (Clube ou Oficina) Contribui para:
educar a sensibilidade artística;
reduzir o insucesso;
combater a timidez;
melhorar a dicção e a leitura;
proporcionar a extensão das matérias curriculares.


Atelier de Moda
confecção de adereços de apoio ao atelier de teatro;
criação de modelos por alunos “estilistas”;
passagens de modelos no final do ano.


Clube de Rádio


Transmissão de mensagens entre os alunos e dos órgãos directivos para a escola, audição de músicas preferidas pelos jovens, concursos, poesia, teatro radiofónico, felicitação a aniversariantes, etc.


Atelier Gráfico/de Fotografia


Apoio a todas as actividades, com exposição de trabalhos.


Oficinas Escolares


Oficinas de carpintaria, de pequena mecânica, de electricidade, de restauro, de encadernação, etc. Os alunos participariam nestas actividades, consertando o material deteriorado e criando novos produtos.Estas oficinas teriam por objectivo:
“desenvolver habilidades;
ensinar a utilizar as mãos e a inteligência;
dar um sentido prático às actividades escolares;
dar oportunidade de expressão ao aluno”.


(*)Oficina de Poesia e Arte de DizerGarden-Party — Clube de Jardinagem e Festas ao Ar Livre


Centro de InformáticaClube de Xadrez


Centro Musical• tunas escolares;• danças de salão/dança jazz;• banda rock.


Em resumo e de acordo com o papel que se atribuiu ao docente motivador de aprendizagens, compete-lhe:
Tratar as necessidades e os interesses de cada aluno como uma unidade e planear as actividades e incentivos de acordo com isso.
Estabelecer objectivos claros, nos quais o aluno toma uma parte activa.
Ajudar o aluno a adquirir uma sensação de êxito e de confiança, mediante:- um real conhecimento dos seus professores;- um elogio pelo trabalho realizado;- a descoberta de domínios especiais de habilidade e a permissão para os desenvolver e expor na aula.
Propor exercícios e matérias relacionadas com a vida real, de modo a que os alunos reconheçam a utilidade prática do seu trabalho.
Evitar tornar a escola desagradável com tarefas sem significado.
Descobrir ou criar uma ponte permanente entre a experiência viva dos alunos e o conteúdo de qualquer objecto de estudo.


(*) Introdução à Didáctica Geral, de Imídeo Nerici, Ed. Fundo de Cultura.S. Balancho, M.ª José; M. Coelho, Filomena, Motivar os Alunos Texto Editora, 1996. (Adaptado)

Funções técnico-pedagógicas


A criação de uma nova estrutura da carreira docente ocorrida com o Dec-Lei n.º 15/07, de 19 de Janeiro (que procedeu à alteração do Estatuto da Carreira Docente aprovado pelo Dec-Lei n.º 139-A/90, de 28 de Abril), implicou a contemplação de um regime transitório que procede à integração dos docentes nessa mesma estrutura de carreira.
No que aos docentes do 8.º e 9.º escalões diz respeito tal regime transitório encontra-se sediado no artigo 10.º, n.º 8 e 13.º do citado Dec-Lei n.º 15/07.
De acordo com o primeiro dos citados preceitos legais, os referidos docentes transitam para a categoria de professor da nova estrutura da carreira, mantendo os índices remuneratórios aos mesmos correspondentes (245 e 299).O n.º 14 do mesmo preceito legal salvaguarda o tempo de serviço já prestado por estes docentes no escalão e índice da carreira anterior estabelecendo que o mesmo é contabilizado no escalão e índice em que foram integrados, para efeitos de progressão e acesso na estrutura da nova carreira.
Como é do conhecimento geral, a estrutura de carreira criada pelo citado Dec-Lei n.º 15/07, desenvolve-se em duas categorias hierarquizadas de: professor e de professor titular.De acordo com o art.º 13.º do mesmo diploma legal, os docentes ora em questão, só podem aceder a esta segunda categoria se nela obtiverem provimento na sequência do concurso aberto para o efeito. Só assim poderão progredir aos escalões previstos para a mesma. Neste caso, prevê o mesmo normativo, o tempo de serviço pelos mesmos prestado após a integração na categoria de professor, conta como tempo de serviço efectivo no escalão em que forem providos na categoria de professor titular.
No entanto, e como também se sabe, o provimento nesta categoria está dependente da obtenção de vaga no correspondente concurso de acesso.
Para aqueles que não obtiveram a referida vaga, o legislador da mesma disposição transitória contida no art.º 13.º, veio prever um mecanismo de “compensação” remuneratória que lhes permite aceder aos índices 272 e 320, consoante se encontrem no 8.º ou no 9.º escalões da anterior carreira. Contudo, o legislador determinou, no n.º 3 deste preceito, que, para poderem beneficiar de tal progressão, estes docentes, para além de terem que ter sido opositores ao concurso de acesso à categoria de professor titular e de não terem nele obtido provimento, têm ainda quecumprir cumulativamente mais três requisitos (e transcreve-se):
“a) Completem o módulo de tempo de 6 anos de serviço no índice em que estão integrados;b) Obtenham avaliação de desempenho não inferior a Bom;c) Tenham sido aprovados na prova pública prevista no art.º 38.º do Estatuto da Carreira Docente, tal como alterado pelo presente Decreto-Lei…”.
Dispõe ainda este preceito legal, que, quando vierem a obter provimento na categoria de professor titular, os docentes beneficiários de valorização remuneratória, são posicionados no escalão desta categoria a que corresponda índice imediatamente superior ao do escalão em que se encontram integrados (exemplo: um docente do 8.º escalão (índice 245) que não ficou provido e tenha progredido ao índice 272 por via do citado mecanismo, poderá ser posicionado no índice 299, se entretanto obtiver vaga em concurso de acesso a professor titular).

Dra. Fátima Anjos, assessora jurídica do SPGL e coordenadora dos Serviços Jurídicos da FENPROF
In Escola Informação, Abril de 2008SPGL - Sindicato dos Professores da Grande Lisboa.

7 coisas para fazer com os seus filhos na Internet



Segundo o Eurobarómetro Especial "Safer Internet" (Internet Mais Segura), publicado em Maio de 2006, 56% dos pais portugueses nunca se senta com os seus filhos quando estes estão na Internet. A média europeia (EU25) é de 45%, mas nos países da Europa a 15 (EU15), apenas a França (57%) e a Grécia (75%), registam valores mais elevados. O que leva os pais portugueses a auto-excluirem-se de uma parte cada vez mais importante da vida dos seus filhos? Não sei, mas sei que não é dessa forma que eles vão estar mais seguros na Internet. Assim, aqui ficam algumas sugestões para partilhar a utilização da Internet com os seus filhos.




1. Comece pelo básico Considera-se info-excluído(a)? Se não usa a Internet ou se a usa raramente, comece por pedir ajuda aos seus filhos. Dica: os mais novos são geralmente mais pacientes e exasperam-se menos com as "nabices" dos pais. Peça-lhes para lhe explicar como se navega na Internet. Que o ajudem a criar uma conta de e-mail gratuito. E a perceber como funcionar com ela. Peça-lhes que o ajudem a criar uma conta no Messenger. E que lhe expliquem como funcionar com ele.




2. Telemóveis, leitores de mp3 e câmaras digitais Peça aos seus filhos para lhe ensinarem a usar uma função do seu telemóvel que você não usa. Provavelmente os seus filhos terão um leitor de mp3. Peça-lho emprestado. Peça-lhes para o ensinarem a operar com ele. Proceda do mesmo modo com a máquina fotográfica digital. Peça-lhes para lhe mostrarem e explicar como funcionam e o que se pode fazer em sites de armazenamento e partilha de fotografias.


3. Adira aos sites que os seus filhos usam regularmente Se tem crianças pequenas ou adolescentes e não sabe que sites visitam regularmente, pergunte-lhes. Diga-lhes que também quer aderir e peça-lhes uma visita guiada. Descubra com elas esses sites e deixe-se guiar pelo entusiasmo, descobrindo-os e deixando-os serem os seus guias, orientadores, professores e mestres-de-cerimónias. Peça-lhes para lhe mostrarem as funcionalidades principais e o que se pode fazer nesses sites.


4. Veja vídeos on-line com os seus filhos Peça aos seus filhos que lhe mostrem os vídeos mais engraçados que já viram on-line. E já agora, pergunte-lhes e peça-lhes que lhe mostrem o tipo de vídeos que mais gostam de ver on-line. E você? Interessa-se por algum tema em particular? Peça aos seus filhos para lhe darem uma ajuda a procurar vídeos sobre esse tema.


5. Pesquise para os seus filhos Agora que já sabe um pouco sobre o que os seus filhos gostam de fazer na Internet, procure também alguns sites que vão de encontro às preferências deles. Podem ser sites de jogos, podem ser músicas, vídeos, etc. Mostre-lhes os sites que lhes podem interessar e estimule-os a fazerem o mesmo consigo.


6. Jogue on-line com os seus filhos Existem diversas formas de se jogar on-line. As consolas como as Playstation e outras já se podem ligar à Internet. Por outro lado, existem jogos em sites que se pode jogar mexendo no rato e no teclado. Existem também outro tipo de jogos tipo tabuleiro, no Messeger, por exemplo, e outros ainda onde se podem formar equipas, construir coisas, fazer batalhas, conquistar territórios ou gerir uma equipa de futebol. Os seus filhos jogam on-line? Pergunte-lhes e, se jogarem, diga-lhes que também quer jogar. Se ainda não jogam, procurem em conjunto um jogo on-line para jogar.


7. Instale software de segurança Fala com os seus filhos sobre a segurança na Internet. Peça-lhes para lhe mostrarem que o computador dispõe das últimas actualizações de segurança do Windows e dos principais programas. E firewall, temos? E antivírus? E antispyware? E antiphishing? E como bloquear as irritantes janelas publicitárias? E antispam, temos? E filtro de conteúdos? Se o computador não estiver equipado com este tipo de software, siga os links anteriores e peça ajuda aos seus filhos na selecção de uma solução.


Artigo gentilmente cedido por Tito de Morais.
Tito de Morais é fundador do site MiudosSegurosNa.Net, um projecto que ajuda famílias, escolas e comunidades a promover a utilização ética, responsável e segura das novas tecnologias de informação e comunicação por crianças e jovens.

Internet: 10 conselhos para uma relação saudável


1. Descobrir e explorar a Internet em conjuntoTanto para a criança como para os pais é uma vantagem a descoberta em conjunto da Internet. Pesquisem sites animados e divertidos. Tentem, em conjunto, desenvolver uma atitude positiva e consciente face à exploração da Internet, que facilite a partilha, no futuro, de experiências positivas e negativas.

2. Concertar uma abordagem e definir regras para a utilização da Internet em casaEm conjunto com as crianças, tentem chegar a um acordo sobre as regras a aplicar na navegação on-line.Aqui ficam algumas dicas para começar:- Como tratar a informação pessoal (nome, morada, telefone, e-mail).- Como se comportar face aos outros utilizadores on-line (chat, e-mail, messenger).- Quais os sites e actividades que podem ser acedidos e explorados.

3. Encorajar a cautela quando são solicitados dados pessoaisÉ importante que os adultos tenham consciência que muitas páginas da world wide web para as crianças requerem o fornecimento de dados pessoais para o acesso a conteúdos. Estar consciente de quando e de que forma é apropriados revelar informação pessoal é vital. Uma norma simples que poderá ser instituída: não fornecer o nome, morada, número de telefone ou imagem sem prévio consentimento dos pais.

4. Falar sobre os riscos que se correm ao conhecer pessoalmente os “e-amigos”.Os adultos devem compreender que a Internet pode ser um espaço positivo para as crianças fazerem contactos e novos amigos. No entanto, para evitar experiências desagradáveis é importante que as crianças não se encontrem com estranhos que conheceram on-line sem o devido acompanhamento de um adulto, amigos ou outras pessoas de confiança. Em qualquer caso a criança deve sempre ter a aprovação dos pais.

5. Promover uma atitude crítica face aos conteúdosA maior parte das crianças utiliza a Internet para ampliar os seus conhecimentos sobre os conteúdos programáticos abordados na escola e ainda para pesquisar informações relacionadas com os seus interesses pessoais. Os utilizadores da Internet devem ter a consciência que nem toda a informação disponibilizada está correcta. Eduque as crianças para saberem como verificar a informação, comparando-a com fontes alternativas sobre o mesmo tema.

6. Não seja demasiado repressivo no que toca à exploração da Internet pelas crianças.As crianças podem deparar-se, por acaso, com conteúdos destinados a adultos. Mas se uma criança intencionalmente procurar sites com conteúdos desse âmbito lembre-se que é natural a pesquisa de temas proibidos. Aproveite ambas as ocasiões para abertamente discutir esses conteúdos com os mais pequenos e estabelecer regras para esses casos. Seja realista e justo na sua avaliação de como as crianças utilizam a Internet.

7. Reporte às autoridades material que encontre e que considere ilegal ou inapropriado. É vital que todos tenhamos responsabilidade pela world wide web e, com essa consciência, reportar matérias que consideremos ilegais. Ao fazer isto podemos prevenir actividades ilícitas on-line, como a pornografia infantil ou o aliciamento para fins de abuso sexual via chat, mail ou messager.

8. Encorajar a netetiqueta.A netetiqueta é o código informal de conduta para a Internet. Tal como no dia-a-dia, existem regras éticas informais sobre o comportamento e comunicação entre as pessoas na Internet. Estas regras incluem a boa educação, o uso de linguagem correcta, não gritar (escrever com maiúsculas) ou perseguir os outros. Também as crianças (assim como os adultos) não devem ler as mensagens de correio electrónico de outros ou copiar material protegido.

9. Saber como a criança utiliza a Internet.Saber guiar a criança no que respeita à utilização da Internet, salientando a importância de compreender como a utilizam e saber o que fazem on-line. Deixe que os mais pequenos lhe mostrem que sites gostam de visitar e o que neles exploram. Adquirir conhecimentos técnicos poderá também facilitar a tomada de decisões sobre o correcto funcionamento da Internet.

10. Relembrar que os aspectos positivos da Internet se sobrepõem aos negativos.A Internet é um excelente recurso educacional e recreativo para as crianças. Encoraje as crianças a serem conscienciosas e a explorarem todo o potencial da Internet.

Evolução do desenho infantil

Modo de expressão próprio da criança, o desenho constitui uma língua que possui o seu vocabulário e a sua sintaxe. Ao prazer do gesto de desenhar associa-se o prazer da inscrição, a satisfação de deixar a sua marca. Os primeiros rabiscos são quase sempre efectuados sobre livros e folhas aparentemente estimados pelo adulto, possessão simbólica do universo adulto tão estimado pela criança pequena.Ao final do seu primeiro ano de vida, a criança já é capaz de manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos, fase conhecida como dos rabiscos ou garatujas.O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. Essa passagem é possível graças às interacções da criança com o acto de desenhar e com desenhos de outras pessoas. Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma acção sobre uma superfície, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa acção produziu. Para tentarmos entender melhor o universo infantil muitas vezes tentamos interpretar os seus desenhos; devemos lembrar-nos que a interpretação de um desenho isolada do contexto em que foi elaborado não faz sentido.É aconselhável que os pais/professores facultem às crianças o contacto com diferentes tipos de desenhos e obras de arte, que elas façam a leitura das suas produções, que escutem a leitura de outros e ainda que sugira à criança que desenhe a partir de observações diversas (cenas, objectos, pessoas) para que possa ajudá-la a assimilar informações e assim enriquecer o seu grafismo. As crianças poderão assim reformular suas ideias e construir novos conhecimentos.O importante é respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa desenhar livremente, sem intervenção directa de adultos, explorando diversos materiais, suportes e situações.Alguns psicólogos e pedagogos, recorrendo a uma linguagem mais coloquial, utilizam as seguintes referências para fasear a evolução do desenho infantil:
Entre um e três anos.É a idade das famosas garatujas: simples riscos ainda desprovidos de controlo motor, a criança ignora os limites do papel e mexa todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão. As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na página. No final dessa fase, é possível que surjam os primeiros indícios de figuras humanas, como cabeças com olhos.
Entre três e quatro anos.Já conquistou a forma e seus desenhos têm a intenção de reproduzir algo. A criança também respeita melhor os limites do papel. Mas o grande salto é ser capaz de desenhar um ser humano reconhecível, com pernas, braços, pescoço e tronco.
Entre quatro e cinco anosÉ uma fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais, variando no uso das cores e buscando um certo realismo. As figuras humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a distribuição dos desenhos no papel obedece a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha. Aparece ainda a tendência para a antropomorfização, ou seja, a emprestar características humanas a elementos da Natureza, como o famoso sol com olhos e boca. Esta tendência costuma prolongar-se até aos sete ou oito anos.
Entre cinco e seis anosOs desenhos baseam-se sempre em roteiros com começo, meio e fim. As figuras humanas aparecem vestidas e a criança dá grande atenção a detalhes como as cores. Os temas variam e o facto de não terem nada a ver com a vida dela são um indício de desprendimento e capacidade de contar histórias sobre o mundo.
Entre sete e oito anosO realismo é a marca desta fase, em que surge também a noção de perspectiva. Ou seja, os desenhos da criança já transmitem uma impressão de profundidade e distância. Extremamente exigentes, muitas crianças deixam de desenhar se acharem que seus trabalhos não estão bonitos.Este artigo foi elaborado recorrendo à consulta de conteúdos presentes na página da Profala.

Ensine Matemática aos seus filhos sem que eles percebam


Um dos argumentos mais utilizados pelos alunos quando lhes dizem que devem estudar Matemática é "Mas quando é que eu vou usar isso na vida real?". Não se deixe intimidar por este argumento tão popular e comece desde já a usar estratégias que demonstram como a Matemática é uma presença constante no nosso quotidiano.Os pais sabem como são actualmente importantes e até essenciais os conhecimento de Matemática, uma vez que ela está mais presente do que nunca no nosso dia-a-dia, em praticamente todas as situações. É precisamente por estar tão presente que podemos "virar o feitiço" a favor das crianças e usar acções da vida diária para ensinar-lhes Matemática. E o melhor de tudo, elas sequer vão perceber que estão a aprender! Como a Matemática está em toda parte, o que é aqui sugerido são apenas alguns modos de introduzir este assunto no quotidiano das crianças. Seja criativo(a), descubra outras ideias, decerto que estas não lhe irão faltar. Se o(a) seu(ua) filho(a) gosta de desporto e, por exemplo, é adepto(a) de alguma equipa podemos combinar desporto e aprendizagem de Matemática. Como? Eis algumas sugestões:
Peça-lhe que registe os resultados dos jogos da sua equipa (que poderá ser efectivamente a "sua" equipa se ele(a) praticar algum desporto) e que obtenha alguns dados estatísticos a partir desse registo. Dados como, no caso do futebol/andebol:- Quantos remates à baliza fez a equipa? Desses, quantos falhou? E quantos concretizou? (Fazer cálculo semelhante para a equipa adversária.)- Quantos passes errados (perdas de bola) fez a equipa durante o desafio?- Qual a média de faltas cometidas por ambas as equipas durante o jogo?- Quantos cantos foram marcados? Desses, quantos constituiram oportunidades de golo?Como vê, as oportunidades de estudo são muitas e ficam ao seu critério. Pode levar este "estudo" um pouco mais longe e usar os dados obtidos para construir gráficos, que servirão para discutir estratégias e, por exmeplo, mostrar ao seu grupo de amigos (ou família) as capacidades de análise do(a) seu(ua) filho(a). Decerto que este(a) se sentirá orgulhoso(a).Atenção: Esta actividade não se limita ao futebol. Todos os desportos colectivos e individuais podem ser assim analisados (caso contrário, os comentadores desportivos teriam bem menos para dizer aos microfones...).Mas nem só de estatísticas vive este estimular da aprendizagem matemática... Se o(a) seu(ua) filho(a) pratica, por exemplo, basquetebol, podem recorrer à Matemática para:
Qual a trajectória mais correcta a dar a bola para que esta entre no cesto a partir de vários pontos do campo. (O mesmo é válido para um jogador de futebol que marque um livre e queira antever qual a melhor trajectória para ultrapassar a barreira adversária.)
De quantos pontos necessita a equipa para conseguir a classificação x? Quantas partidas terá de ganhar para o conseguir? Quantas poderá, na pior das hipóteses, perder?
Avaliar o desempenho (pontos concretizados) de um jogador de jogo para jogo. É simples; basta dividir o número de pontos marcados (p) pelo número de tentativas (t) feitas. Se, por exemplo, a Ana marcou 18 pontos (p=18) e fez 32 tentativas de lançamento (t=32), então, ela concretizou 56% das tentativas efectuadas (18/32 x 100 = 0,56 x 100 = 56%).Pode fazer-se o cálculo para todos os jogadores da equipa e seguir a evolução do seu desempenho.E, porque não, aplicar os conhecimentos de Geometria?
Pegue numa bola de futebol. Pergunte à criança que polígonos consegue identificar na bola. São polígonos regulares? Quantas diagonais "cabem" dentro desses polígonos?
Ainda usando a bola de futebol como ponto de partida, peça à criança que calcule a sua área e, se os seus conhecimentos forem suficientes, o seu volume.Como vê, as possibilidades são muitas. Explore-as.

OLHARES (Zambujal)


quarta-feira, 21 de maio de 2008

Educação: Actividades extracurriculares deviam integrar programa regular no 1ºciclo - Confederação Independente de Pais


Lisboa, 20 Mai (Lusa) - A Confederação Nacional Independente de Pais propôs hoje a integração das actuais actividades extracurriculares do 1º ciclo do ensino básico no programa regular deste nível de ensino.

"Deveriam deixar de ser actividades extracurriculares e passar tudo para a tutela da escola, com coordenação pedagógica feita pela escola", defendeu em declarações à Lusa Maria José Viseu, presidente da comissão instaladora da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE).

Actualmente, as actividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo do ensino básico, gratuitas e facultativas, são promovidas pelos agrupamentos de escolas, ou por outras entidades como autarquias, associações de pais ou instituições particulares de solidariedade social.

Um estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE) recomenda a fusão dos 1º e 2º ciclos do ensino básico (antigos escola primária e ciclo preparatório) para acabar com "transições bruscas", com apenas um professor, progressivamente apoiado por outros docentes em pelo menos duas áreas.

Apesar de discordar que a transição entre os 1º e o 2º ciclos seja hoje em dia traumática, a CNIPE defende que o ensino no 1º ciclo seja feito por um professor, ajudado por outros colegas, nomeadamente, na área artística.

"Neste momento, os alunos já convivem no 1º ciclo com mais de um professor por causa das actividades de enriquecimento curricular. Essas actividades deviam era deixar de ser extracurriculares", sustentou Maria José Viseu.

Segundo o estudo do Conselho Nacional de Educação, um ciclo de seis anos "visaria neutralizar as transições bruscas identificadas ao nível da relação dos alunos com o espaço-escola, as áreas e os tempos de organização do trabalho curricular, a afiliação dos professores, o seu papel de aluno e com o desenvolvimento gradual das competências esperadas".

Os autores reconhecem que o modelo "ideal, mais interessante e mais flexível" para os 1º e 2º ciclos estaria assente em "equipas multidisciplinares", lideradas por professores "especialmente vocacionados" para iniciar as crianças no domínio das literacias e professores mais orientados para o conhecimento disciplinar, embora ainda integrado.

"Este modelo permitiria articular a exigência da competência disciplinar face ao crescente desenvolvimento do conhecimento sem relegar para um plano secundário a importância do vínculo pedagógico, da relação de pessoalidade e do conhecimento interpessoal que a actual organização do ensino desestabiliza com a entrada do aluno no 2º ciclo do ensino básico", lê-se no documento.

Isto porque, analisando a situação actual, os autores constatam que existe um "contraste violento e repentino entre o regime de monodocência do 1º ciclo e o regime de pluridocência do 2º, "contraste que é acentuado e intensificado pelas diferentes lógicas organizativas que estruturam o trabalho escolar".

ARP/MLS

Lusa/fim

Educação: Falta de apoio até aos 3 anos e pobreza são principais obstáculos no ensino infantil


"As famílias mais pobres e portanto as crianças mais pobres não têm a riqueza dos contextos que lhes permitem o desenvolvimento", explicou Isabel Alarcão, coordenadora do estudo "A educação das crianças dos 0 aos 12 anos", realizado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Sendo a pobreza apontada como o principal inimigo da educação, Isabel Alarcão defendeu hoje, na apresentação do estudo, que é fundamental "organizar contextos que ajudem as famílias e as crianças a ter ocasião para o seu desenvolvimento e há que conjugar políticas assistenciais à família com politicas educativas".
Isabel Alarcão deu o exemplo das creches e do ensino pré-primário para defender que "para além de uma intenção assistencial", passe a existir "uma intenção educativa" e que se criem "condições para as crianças realizarem, actividades que sejam actividades que as desenvolvam".
O estudo revela também que são as crianças com menos idade que sofrem de maior falta de apoio no ensino.
"Nas escolas nota-se alguma falta desse apoio, até porque as necessidades também são muito grandes, mas vai havendo algum apoio. Mas onde se nota mais falta é sobretudo entre os 0 e os 3 anos que é um período crítico do desenvolvimento da criança e portanto as crianças não podem ser abandonadas ou pouco cuidadas porque é um período vital", lembrou a coordenadora do estudo.
O presidente do Conselho nacional da Educação, Júlio Pedrosa, afirmou por seu turno que o apoio que existe para crianças dos 0 aos 3 anos é sobretudo na esfera da Segurança Social, "enquanto e as condições para o desenvolvimento das crianças em ligação com a sua educação não fazem parte do nosso modelo".
"Há uma recomendação do estudo no sentido de essas duas dimensões sociais, de saúde e de desenvolvimento educativo, passarem a ser consideradas", disse Júlio Pedrosa, ressalvando, no entanto, que "não é apenas nas mãos do Governo que deve ficar o reforço dos apoios a essas crianças".
"O facto de o estudo nos dizer que esta é uma idade crítica do desenvolvimento das crianças, que o modelo que escolhemos não é o modelo mais adequado e que faz sentido repensá-lo, e que também não é apenas da esfera da responsabilidade do Governo, que é das famílias, que é da sociedade em geral, creio que são também contributos a ponderar", sublinhou.
O estudo do CNE recomenda a fusão dos 1º e 2º ciclos do ensino básico para acabar com "transições bruscas", mantendo apenas um professor nos 5º e 6º anos, progressivamente apoiado por outros docentes em pelo menos duas áreas.
O novo ciclo de seis anos sugerido pelo estudo pretende "neutralizar as transições bruscas identificadas ao nível da relação dos alunos com o espaço-escola, as áreas e os tempos de organização do trabalho curricular, a afiliação dos professores, o seu papel de aluno e com o desenvolvimento gradual das competências esperadas".
Em entrevista à Agência Lusa em Fevereiro, a ministra da Educação anunciou que, no âmbito da revisão do currículo do 2º ciclo, o Governo vai concentrar algumas disciplinas para reduzir o número de docentes a leccionar em cada turma.
A ministra explicou que as escolas nunca puseram em prática um mecanismo que permitia que um só professor leccionasse um conjunto de disciplinas à mesma turma, como Matemática e Ciências ou Língua Portuguesa e Inglês, por exemplo, apesar de o currículo prever essa possibilidade.
O estudo apresentado hoje reconhece, no entanto, riscos com a fusão dos dois primeiros ciclos do básico: uma possível descoordenação das equipas multidisciplinares e uma eventual influência disciplinar e académica dos actuais professores do 2º ciclo (alunos dos 06 aos 09 anos) sobre os do 1º (10 e 11 anos), entre outros.
O documento recomenda ainda a profissionalização das amas, uma melhor oferta de ocupação de tempos livres e uma articulação entre serviços sociais e serviços educativos.
SMS/MLS.
Lusa/Fim
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008-05-20 14:35:01

Arte: Obras da colecção do Deutsche Bank em exposição na Gulbenkian


Lisboa, 20 Mai (Lusa) - A Fundação Gulbenkian inaugura a 3 de Junho uma exposição com cerca de 120 obras escolhidas a partir das 50 mil peças que constituem a colecção de arte contemporânea do Deutsche Bank.
A colecção do Deutsche Bank surgiu nos anos 80, destinada apenas aos seus espaços e a aproximar os colaboradores e clientes da arte contemporânea.
Inicialmente estava centrada no desenho e fotografia e na arte da alemã, mas foi-se alargando à pintura e escultura e a artistas de outros países.
O conjunto que estará patente em Lisboa na sala de exposições temporárias da Fundação tem obras concebidas entre 1922 e 2008 e inclui desenho, fotografia, litografia, pintura e escultura.
Intitulada "Drawing a tension", a exposição inclui obras de Otto Freundlich, Thomas Hirschhorn, Olav Christopher Jennsen e Laria Lassnig, entre muitos outros artistas, está organizada em cinco núcleos e ficará patente até 7 de Setembro.
Jürgen Bock, curador, crítico de arte e o responsável por esta mostra, afirmou que a escolha das obras teve em conta a preocupação de mostrar os núcleos de trabalhos de melhor qualidade artística da colecção, com a presença dos artistas mais consagrados.
"Mas, ao mesmo tempo, a selecção foi muito inspirada pela arquitectura e o simbolismo do espaço de acolhimento, o edifício da Fundação", referiu.
Em declarações à Lusa, Bock explicou que o edifício da Gulbenkian foi construído no final dos anos 60 e que o maior grupo de trabalhos escolhidos também é dessa época.
A obra mais recente é de 2008 e é um trabalho de fotografia e pintura da autoria do artista plástico português Pedro Barateiro.
EO.
Lusa/Fim