Lisboa, 20 Mai (Lusa) - A Confederação Nacional Independente de Pais propôs hoje a integração das actuais actividades extracurriculares do 1º ciclo do ensino básico no programa regular deste nível de ensino.
"Deveriam deixar de ser actividades extracurriculares e passar tudo para a tutela da escola, com coordenação pedagógica feita pela escola", defendeu em declarações à Lusa Maria José Viseu, presidente da comissão instaladora da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE).
Actualmente, as actividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo do ensino básico, gratuitas e facultativas, são promovidas pelos agrupamentos de escolas, ou por outras entidades como autarquias, associações de pais ou instituições particulares de solidariedade social.
Um estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE) recomenda a fusão dos 1º e 2º ciclos do ensino básico (antigos escola primária e ciclo preparatório) para acabar com "transições bruscas", com apenas um professor, progressivamente apoiado por outros docentes em pelo menos duas áreas.
Apesar de discordar que a transição entre os 1º e o 2º ciclos seja hoje em dia traumática, a CNIPE defende que o ensino no 1º ciclo seja feito por um professor, ajudado por outros colegas, nomeadamente, na área artística.
"Neste momento, os alunos já convivem no 1º ciclo com mais de um professor por causa das actividades de enriquecimento curricular. Essas actividades deviam era deixar de ser extracurriculares", sustentou Maria José Viseu.
Segundo o estudo do Conselho Nacional de Educação, um ciclo de seis anos "visaria neutralizar as transições bruscas identificadas ao nível da relação dos alunos com o espaço-escola, as áreas e os tempos de organização do trabalho curricular, a afiliação dos professores, o seu papel de aluno e com o desenvolvimento gradual das competências esperadas".
Os autores reconhecem que o modelo "ideal, mais interessante e mais flexível" para os 1º e 2º ciclos estaria assente em "equipas multidisciplinares", lideradas por professores "especialmente vocacionados" para iniciar as crianças no domínio das literacias e professores mais orientados para o conhecimento disciplinar, embora ainda integrado.
"Este modelo permitiria articular a exigência da competência disciplinar face ao crescente desenvolvimento do conhecimento sem relegar para um plano secundário a importância do vínculo pedagógico, da relação de pessoalidade e do conhecimento interpessoal que a actual organização do ensino desestabiliza com a entrada do aluno no 2º ciclo do ensino básico", lê-se no documento.
Isto porque, analisando a situação actual, os autores constatam que existe um "contraste violento e repentino entre o regime de monodocência do 1º ciclo e o regime de pluridocência do 2º, "contraste que é acentuado e intensificado pelas diferentes lógicas organizativas que estruturam o trabalho escolar".
ARP/MLS
Lusa/fim
"Deveriam deixar de ser actividades extracurriculares e passar tudo para a tutela da escola, com coordenação pedagógica feita pela escola", defendeu em declarações à Lusa Maria José Viseu, presidente da comissão instaladora da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE).
Actualmente, as actividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo do ensino básico, gratuitas e facultativas, são promovidas pelos agrupamentos de escolas, ou por outras entidades como autarquias, associações de pais ou instituições particulares de solidariedade social.
Um estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE) recomenda a fusão dos 1º e 2º ciclos do ensino básico (antigos escola primária e ciclo preparatório) para acabar com "transições bruscas", com apenas um professor, progressivamente apoiado por outros docentes em pelo menos duas áreas.
Apesar de discordar que a transição entre os 1º e o 2º ciclos seja hoje em dia traumática, a CNIPE defende que o ensino no 1º ciclo seja feito por um professor, ajudado por outros colegas, nomeadamente, na área artística.
"Neste momento, os alunos já convivem no 1º ciclo com mais de um professor por causa das actividades de enriquecimento curricular. Essas actividades deviam era deixar de ser extracurriculares", sustentou Maria José Viseu.
Segundo o estudo do Conselho Nacional de Educação, um ciclo de seis anos "visaria neutralizar as transições bruscas identificadas ao nível da relação dos alunos com o espaço-escola, as áreas e os tempos de organização do trabalho curricular, a afiliação dos professores, o seu papel de aluno e com o desenvolvimento gradual das competências esperadas".
Os autores reconhecem que o modelo "ideal, mais interessante e mais flexível" para os 1º e 2º ciclos estaria assente em "equipas multidisciplinares", lideradas por professores "especialmente vocacionados" para iniciar as crianças no domínio das literacias e professores mais orientados para o conhecimento disciplinar, embora ainda integrado.
"Este modelo permitiria articular a exigência da competência disciplinar face ao crescente desenvolvimento do conhecimento sem relegar para um plano secundário a importância do vínculo pedagógico, da relação de pessoalidade e do conhecimento interpessoal que a actual organização do ensino desestabiliza com a entrada do aluno no 2º ciclo do ensino básico", lê-se no documento.
Isto porque, analisando a situação actual, os autores constatam que existe um "contraste violento e repentino entre o regime de monodocência do 1º ciclo e o regime de pluridocência do 2º, "contraste que é acentuado e intensificado pelas diferentes lógicas organizativas que estruturam o trabalho escolar".
ARP/MLS
Lusa/fim
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