segunda-feira, 24 de março de 2008

ARGANIL - Arte Rupestre


Na antiga escola primária de Chãs d’Égua foi inaugurado o Centro Interpretativo de Arte Rupestre, que deverá também funcionar, no futuro, como Centro de Acolhimento para visitas guiadas a diversos núcleos de arte rupestre. w Lurdes GonçalvesCoordenado por Paulo Ramalho, o Centro Interpretativo de Arte Rupestre de Chãs d’Égua, na freguesia do Piódão, que é também uma iniciativa da Câmara de Arganil, surgiu na sequência de diversas campanhas de levantamento arqueológico de arte rupestre na zona, realizadas em colaboração com a equipa técnica do Parque Arqueológico do Vale do Côa. Até ao momento foram descobertas 100 rochas gravadas, em duas áreas distintas, no vale de Chãs d’Égua e zonas de cumeada e meia encosta viradas para o Rio Ceira, correspondentes, respectivamente, ao período entre o fim do Neolítico e o Bronze Final e o período entre o Bronze Final e a 1.ª Idade do Ferro.O conjunto descoberto constitui “a mais importante concentração de arte rupestre” conhecida até ao momento no território entre o Tejo e o Douro/Baixo Côa”. De acordo com o coordenador do projecto, os próximos passos passam por promover visitas guiadas em Chãs d’Égua e existe a possibilidade de uma “ligação em rede” entre diversos centros interpretativos na Serra do Açor. Agradecendo aos populares de Chãs d’Égua pela sua colaboração, bem como à União Progressiva de Chãs d’Égua, Associação de Compartes do Piódão e à Pinus Verde, entre outras entidades envolvidas, Paulo Ramalho considerou, na inauguração de sábado, que o Centro “vai ter sucesso porque a arte é muito significativa”.Na ocasião, o presidente da Junta do Piódão, José da Conceição Lopes, realçou que o Centro representa “o começo de uma nova era”, desenvolvendo o “turismo de qualidade” na freguesia. O presidente da Câmara de Arganil começou por deixar uma palavra de “apreço” ao anterior vice-presidente da autarquia, Mário Vale, que, em conjunto com Paulo Ramalho, “acreditou que este era um caminho para afirmar” aquele território. “Depois da obra iniciada, quando tomámos posse, quisemos que fosse concluída, mas procurámos a excelência”, disse Ricardo Pereira Alves, enaltecendo a cooperação de diversas entidades “fundamentais” em todo o processo, entre as quais a CCDRC, Região de Turismo do Centro e o Município do Fundão e elogiando a acção de Paulo Ramalho.O autarca aproveitou para recordar que a autarquia está a investir na beneficiação dos acessos à freguesia do Piódão, bem como às restantes aldeias do xisto e aldeias históricas, para que no sector do turismo “se possam estabelecer redes concelhias e interconcelhias”.Em representação da ADIBER - Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra, Miguel Ventura afirmou–se satisfeito pelo resultado “muito positivo” e anunciou que está a ser desenvolvido um outro projecto transnacional, “no sentido de criar alguma dinâmica entre vários locais”. Também o presidente da Região de Turismo do Centro se congratulou com o facto de os turistas cada vez mais procurarem a região e afirmou que esta estrutura “faz parte da nova realidade” na zona Centro. Pedro Machado sublinhou ainda o facto de Arganil presidir à Associação das Aldeias Históricas de Portugal e de recentemente as Aldeias do Xisto terem tido projecção em Berlim.Em representação da CCDRC, Joaquim Felício considerou que esta iniciativa será “o início de uma grande rota da arte rupestre no interior da região”, anunciando que “está também a ser criado o Museu do Côa, que vai ser um pólo de grande atracção para as pessoas que gostam deste tipo de actividades”.

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