terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Novo programa de matemática





A inexistência de um roteiro preciso dos conhecimentos e capacidades que os alunos devem adquirir ano a ano e a falta de clareza nas restrições ao uso da calculadora foram algumas das críticas da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) ao novo programa da disciplina, homologado pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos.
«Antes pelo contrário, [as limitações] são muito claras. Em relação à versão anterior, foram clarificados os temas, as situações e as matérias em relação à qual se deve utilizar a calculadora e como. É mesmo definido quando é adequado e quando não é. Foram incorporadas as indicações de várias entidades que iam no sentido de precisar quando utilizar a calculadora», disse Joana Brocardo, subdirectora da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), organismo do Ministério da Educação.
A responsável, que acompanhou o grupo de trabalho encarregue da elaboração do programa, explicou ainda que «estão a ser preparadas pelos autores» várias propostas de roteiros anuais para colocar à disposição dos docentes, para que estes possam perceber como é que o programa se concretiza.
«Do ponto de vista da organização, consideramos mais importante que o programa esteja organizado por ciclos e que as metas sejam definidas por ciclos», reiterou, no entanto, a responsável.
Joana Brocardo anunciou ainda que a formação de professores tendo em vista o novo programa, para aplicar a partir de ano lectivo 2009/2010, arranca este ano.
Outra das críticas apontadas pelo presidente da SPM, Nuno Crato, prendia-se com os algoritmos e com a «importância muito vaga que lhes é dada» no programa.
Para a DGIDC, «não se pode subordinar o programa de Matemática nos primeiros anos de escolaridade ao uso e ensino de algoritmos».
«Deu-se o foco que devem ter, até porque há outras coisas importantes», disse.
Já a Associação de Professores de Matemática considera «contraditório» que a tutela tenha aprovado um programa que organiza a disciplina por ciclos ao mesmo tempo que permite manuais para cada um dos anos de escolaridade.
A responsável da DGIDC lembrou que na disciplina de Matemática nunca houve manuais por ciclos e que nas disciplinas em que isso chegou a acontecer foram poucos os professores que os adoptaram.
Por outro lado, Joana Brocardo considera que os roteiros anuais poderão ajudar os professores no momento de escolherem os manuais, além de materiais de apoio ao trabalho dos docentes, a serem produzidos, como brochuras ou material interactivo.
«Grande parte das críticas e sugestões foram acolhidas. Isso contribui para melhorar o programa final. Julgo que temos um bom programa. Necessitamos agora de reunir esforços para que ele seja bem implementado nas escolas, produzindo matérias de apoio de qualidade e formação também de qualidade», concluiu.
Lusa / SOL

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