Os estudos sobre os processos de comunicação/linguagem na era dos meios electrónicos percorrem o caminho de construir e desconstruir conceitos. As categorias conceituais que compõem o universo da comunicação/linguagem contemporânea não têm características rígidas e guardam entre si uma estreita relação. Noções como interface, interactividade, hipertexto, hipermídia, virtual, ciberespaço, cibercultura, translinguagens e outras, parecem indicar não apenas uma redefinição do papel dos meios de comunicação e das linguagens no contexto histórico e cultural da humanidade, mas um novo direccionamento das relações do homem com tudo que cria.
Nas translinguagens, o autor no sentido daquele que cria ou que teve a ideia primeira oferece múltiplas possibilidades através das quais os próprios leitores/criadores constroem sucessões temporais criando /recriando eles mesmos a obra, realizando saltos com base em informações referenciais. A obra pode permanecer estável durante certo tempo, mas esta estabilidade é em si mesma fruto de um trabalho específico de cada usufruidor/criador. A obra tende a actualizar-se, sem passar no entanto à concretização definitiva quer em termos de apreciação, sensação e mesmo em termos formais. É o real sempre em actualização. É o ser humano na sua plenitude, como criador de informações acerca do real e como criador de significações atribuídas ao real. O humano é desenvolvimento! A arte pensada pela translinguagem é encará-la no sentido do somatório, da complementaridade e da correspondência de todos os sentidos. A translinguagem é a relação, comunhão entre as várias linguagens (dos cinco sentidos). Neste sentido a translinguagem busca a sinestesia. Nenhuma arte é concebida, entendível como translinguagem enquanto se mantiver no plano da transitividade. É pela intransitividade que chegamos às translinguagens. Neste sentido poucas obras aspiram neste momento à translinguagem plena. Observamo-lo em alguns grupos como o Fluxus, os Fura del bause, no virtual, nas instalações e performances e no sonho induzido. Este último concorre para as translinguagens no sentido em que enquanto sonhamos, vemos sem ver, saboreamos sem saborear, tocamos sem tocar, ouvimos sem ouvir, cheiramos sem cheirar. Enfim sentimos em plenitude, vivenciamos algo que não se resume a nenhuma “linguagem” específica. Estamos perante a translinguagem quando deixamos de lidar, identificar determinada linguagem, para saltarmos para a dimensão humana total, o Homem Uno. Já não conseguimos fazer uma leitura hierarquizada. Palavras, imagens, objectos compõem algo conjuntamente, ampliando as respectivas potencialidades expressivas. A definição dos limites das linguagens não é perceptível. Estamos perante não do homem como medida de todas as coisas, mas como o homem como medida das suas possibilidades, das suas capacidades.
José António da Costa Vieira
Nas translinguagens, o autor no sentido daquele que cria ou que teve a ideia primeira oferece múltiplas possibilidades através das quais os próprios leitores/criadores constroem sucessões temporais criando /recriando eles mesmos a obra, realizando saltos com base em informações referenciais. A obra pode permanecer estável durante certo tempo, mas esta estabilidade é em si mesma fruto de um trabalho específico de cada usufruidor/criador. A obra tende a actualizar-se, sem passar no entanto à concretização definitiva quer em termos de apreciação, sensação e mesmo em termos formais. É o real sempre em actualização. É o ser humano na sua plenitude, como criador de informações acerca do real e como criador de significações atribuídas ao real. O humano é desenvolvimento! A arte pensada pela translinguagem é encará-la no sentido do somatório, da complementaridade e da correspondência de todos os sentidos. A translinguagem é a relação, comunhão entre as várias linguagens (dos cinco sentidos). Neste sentido a translinguagem busca a sinestesia. Nenhuma arte é concebida, entendível como translinguagem enquanto se mantiver no plano da transitividade. É pela intransitividade que chegamos às translinguagens. Neste sentido poucas obras aspiram neste momento à translinguagem plena. Observamo-lo em alguns grupos como o Fluxus, os Fura del bause, no virtual, nas instalações e performances e no sonho induzido. Este último concorre para as translinguagens no sentido em que enquanto sonhamos, vemos sem ver, saboreamos sem saborear, tocamos sem tocar, ouvimos sem ouvir, cheiramos sem cheirar. Enfim sentimos em plenitude, vivenciamos algo que não se resume a nenhuma “linguagem” específica. Estamos perante a translinguagem quando deixamos de lidar, identificar determinada linguagem, para saltarmos para a dimensão humana total, o Homem Uno. Já não conseguimos fazer uma leitura hierarquizada. Palavras, imagens, objectos compõem algo conjuntamente, ampliando as respectivas potencialidades expressivas. A definição dos limites das linguagens não é perceptível. Estamos perante não do homem como medida de todas as coisas, mas como o homem como medida das suas possibilidades, das suas capacidades.
José António da Costa Vieira
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